Em seu quarto dia, a greve dos trabalhadores dos Correios no Paraná entrou na fase da disputa judicial. Ontem, o Sintcom, entidade que representa a categoria, conseguiu uma liminar que impede os Correios de contratar trabalhadores temporários para substituir os grevistas. Já a diretoria regional dos Correios comemorou a concessão de outra liminar para garantir o desbloqueio dos portões dos Centros de Distribuição Domiciliar (CDDs), com o que a empresa espera acabar com os atrasos na entrega de correspondências. Ambas as partes informaram que vão recorrer.
A decisão favorável ao sindicato, concedida pela juíza Susemeiry Molina Marques, da 15.ª Vara do Trabalho de Curitiba, determina que "durante a greve, a ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) abstenha-se de tomar qualquer medida, ou faça qualquer tipo de contratação visando a substituição de empregados grevistas que não nos casos expressamente permitidos pela lei". A decisão vale só para o Paraná, mas pode servir de jurisprudência para os demais estados. Em todo o país a ECT contratou 2 mil funcionários temporários.
Segundo a advogada do Sintcom, Denise Agostini, a lei só prevê a contratação desses funcionários quando a greve é considerada abusiva ou quando se trata de um serviço essencial e com mais de 70% dos trabalhadores parados. "Eles terão de afastar as pessoas porque empresas públicas precisam primar pela moralidade", disse.
Já a diretoria regional dos Correios entende que a decisão diz respeito às contratações feitas durante a greve e os 280 empregados que estão trabalhando em caráter de emergência em todo estado teriam sido contratados antes do início da paralisação. De qualquer forma, a diretoria regional não acredita que a dispensa dos temporários vai atrapalhar ainda mais a entrega de correspondências no estado. Segundo a assessoria, a distribuição de cartas e encomendas está sendo realizada por carteiros que não aderiram à greve.
Os substitutos estariam trabalhando na triagem e, com a liminar obtida pelos Correios e a reabertura dos CDDs, o serviço de separação será reforçado, porque eles estão equipados para isso. Até ontem, em Curitiba, o trabalho estava sendo realizado no quartel do Exército, no bairro Boqueirão, e pelo menos 20% das 800 mil correspondências que circulam diariamente na capital não estão sendo entregues.
"Abraço"
A sede dos Correios no bairro Rebouças, fechada desde quarta-feira, recebeu um abraço simbólico de aproximadamente 300 trabalhadores que, de mãos dadas, circularam o prédio ontem pela manhã. O ato foi definido numa assembléia de avaliação do movimento realizada na quinta-feira à noite. Segundo o Sintcom, a adesão continua em 90% no estado todo. A diretoria regional nega a informação e alega que a adesão atinge 25% da categoria em Curitiba e região metropolitana e apenas 10% no interior.
Os funcionários querem reposição salarial de 47,17% e o aumento do piso de R$ 448 para R$ 931. Os Correios oferecem um aumento de 11%, mas dizem que só aceitam negociar se a greve acabar.
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