Com o fim da greve dos servidores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), na sexta-feira, a entrega de correspondências deve ser normalizada em sete dias. Nos nove dias de paralisação, cerca de 2,5 milhões de objetos deixaram de ser entregues em todo o estado.
O Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou, em reunião com o comando de negociação ontem, que os trabalhadores grevistas devem compensar os dias parados, e, se for necessário, a ECT poderá convocá-los para trabalhar sábado e domingo, mediante pagamento de hora extra.
Os funcionários operacionais dos turnos da tarde e da madrugada voltaram a trabalhar já no sábado. Porém, a grande maioria retornou aos seus postos ontem, conforme o Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR). Descontentes com o acordo, cerca dos 3,5 mil carteiros e operadores de triagem mantiveram uma tarja preta nos braços ontem.
"O movimento foi vitorioso. Poderia ter sido pior, se a categoria não tivesse paralisado", comenta o diretor do Sintcom-PR, Guaraci Costa. Ele lembra que mesmo com o Paraná contra as propostas, foi preciso acatar a decisão do fim da greve, por causa da aceitação de 19 sindicatos nacionais, dos 33 existentes, às propostas dos Correios. A proposta feita prevê reajuste salarial de 3,74%, abono de R$ 500 e aumento linear de R$ 60, a ser pago em janeiro. Com o acordo, a ECT desistiu do dissídio coletivo instaurado semana passada, no qual pedia que o TST declarasse a greve abusiva.
Interior
Em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, cerca de 50 mil cartas deixaram de ser entregues. Segundo o gerente de vendas da região, Osmar Eyng, os trabalhadores deverão fazer duas horas a mais de trabalho, em cumprimento ao acordo estabelecido.
Eyng lembra que, se até sexta-feira as entregas não se normalizarem, poderá ocorrer plantão no sábado. Em Foz do Iguaçu, no Oeste, cerca de 100 mil correspondências terão que ser entregues nos próximos dias. A prioridade são as cartas registradas e correspondências urgentes, como faturas e boletos.
A direção do Sitcom-PR em Maringá estima que a entrega de correspondências sejam normalizadas até sábado. A previsão é de que os funcionários façam duas horas extras por dia.