Atrasos continuam e atingem 23,8% dos vôos no sábado

Curitiba e São Paulo - Dos 638 vôos programados para pousar ou decolar entre a 0h as 11h de ontem, 152 sofreram atrasos superiores a uma hora segundo a Infraero - estatal que administra os aeroportos do país. O índice representa 23,8% do total.

No Aeroporto Internacional Afonso Pena, na região de Curitiba, dos 41 vôos previstos entre as 6 horas da manhã e o meio-dia de ontem, 5 vôos tiveram atraso superior a 1 hora e 18 vôos registraram atraso entre 15 minutos e 1 hora. O movimento de passageiros no aeroporto foi considerado rotineiro.

No Aeroporto de Congonhas, 19 dos 91 vôos programados para decolar tiveram atrasos. A Infraero não explicou o motivo dos atrasos. Segundo a estatal, a fila para check-in é maior no balcão da Gol.

A empresa afirmou que o aumento no movimento é normal nas manhãs de sábado devido às tarifas reduzidas da companhia.

O aeroporto internacional de São Paulo, em Guarulhos (Grande São Paulo), também registrou atrasos. Às 11h15, 35 vôos (15 chegadas e 20 partidas) haviam sofrido atrasos.

No Rio, o Aeroporto do Galeão também tinha 35 atrasos. O caso mais grave era de um vôo que vinha de Belém e deveria ter pousado às 10h30 no terminal, mas só deve chegar às 19h. No Santos Dumont, houve 16 atrasos.

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Brasília – Duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI), na Câmara e no Senado, para investigar o caos no sistema aéreo do país estão prontas para serem instaladas no Congresso, mas a missão, outrora motivo de aguerrida disputa para brilhar sob os holofotes da mídia, desta vez não tem atraído as estrelas dos partidos de oposição, que, nos bastidores, não estão apostando que renderá frutos políticos. Pelo contrário, há um receio de que as investigações remexam em pontos vulneráveis de administrações tucanas e democratas país afora.

O medo de que a CPI seja um fiasco afastou os pitbulls que atuaram na investigação sobre o escândalo do mensalão. As tropas de choque, dos dois lados, serão formadas, em sua maioria, por novatos e inexperientes parlamentares.

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O problema desta CPI pode ser a investigação de denúncias de corrupção na Infraero, que fez obras em aeroportos de praticamente todos os estados do país. Já se fala até em abandono desse braço da investigação. Parlamentares tucanos admitem que participar dessa CPI pode ser um problema.

O ex-sub-relator da CPI dos Correios, Gustavo Fruet (PR), relutou, mas foi convencido a participar novamente por ser considerado experiente e articulado. Os desconhecidos Valderlei Macris (SP) e Zenaldo Coutinho (PA) são os outros tucanos titulares.

"É um abacaxi no bom sentido. Não é uma CPI que começa com quebra de sigilos e depoimentos bombásticos. O que vai se questionar é ineficiência de gestão", avalia Fruet. Para os governistas, o fiasco que se anuncia é perigoso até para o instituto das CPIs, que pode ficar desmoralizado.

"Os pitbulls e estrelas da oposição querem distância dessa CPI porque sabem que ela será um desastre. Não querem se queimar, porque a sociedade vai cobrar solução para o apagão aéreo e isso só o governo pode resolver. As obras da Infraero foram benéficas para o povo, não é por aí que vão pegar carona no descontentamento popular", avalia o líder do PR, deputado Luciano de Castro (RR).

"Bomba"

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No DEM, os líderes acham que o partido terá de segurar a bomba sozinho. ACM Neto (BA) confidenciou a amigos que não quer se queimar ou ficar conhecido como deputado de CPI. Recusou o convite para ser titular. A ampliação do Aeroporto Luiz Eduardo Magalhães, em Salvador, no governo FH, foi uma das maiores obras da Infraero e alvo de investigações do Tribunal de Contas da União.

O baiano José Carlos Aleluia, também do DEM, não aborda o assunto, mas diz que para o PSDB será difícil, pois os governistas vão tentar focar contratos e obras do governo de FHC: "Estamos num bunker e vamos resistir. No PSDB vai ser difícil, terão que responder sobre coisas do governo FHC". "Os democratas vão investigar tudo, não interessa em que governo", diz ACM Neto.

O governo tem maioria folgada e vai fazer o que quiser na Câmara. A proporção é de 16 governistas para oito membros da oposição. A oposição avalia que o ex-presidente da Infraero deputado Carlos Wilson (PT-PE), que já anunciou a disposição de colaborar, não tem potencial para ser o homem bomba da vez.

Para evitar a desmoralização da CPI, a oposição aposta em "novatos valentes". No DEM, por exemplo, Solange Amaral é uma das indicadas. "Serei uma pitgirl. Meu perfil é de partir para cima e não fugir da briga".