Os alunos da Unespar Paranaguá, no Litoral do Paraná, realizaram um sarau em protesto pela situação orçamentária da instituição na noite de segunda-feira (30). O sarau-denúncia na sede da universidade, segundo os organizadores, teve o intuito de chamar a atenção para a falta de materiais básicos, como o papel higiênico, no campus.
Na semana passada, uma assembleia entre alunos, professores e diretores escancarou o problema da falta de repasse de verba do governo do Paraná para a manutenção da universidade. Para comprar papel higiênico, por exemplo, havia R$ 0,31. Os alunos resolveram levar o produto de casa e doar. O aluguel do prédio administrativo da Unespar Paranaguá está atrasado há cinco meses. Para pagar os funcionários terceirizados, responsáveis pela limpeza e segurança do prédio, há pouco mais de R$ 6. “O papel higiênico é simbólico porque as reivindicações são muitas”, resume Alex Vizine, do Diretório Central dos Estudantes (DCE).
A falta de dinheiro é reflexo do corte de 50% no orçamento da Unespar anunciado em julho. Paranaguá perdeu 41% da verba prevista para 2015 e, agora, não sabe como vai ‘fechar o ano’. A Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) informou que está “trabalhando para conseguir a suplementação da cota orçamentária liberada para o custeio das universidades” e que os valores necessários estão sendo analisados pela Secretaria Estadual da Fazenda. Não há data prevista para solucionar o problema e a Seti garantiu que “não existe a possibilidade de fechamento da instituição”.
“A gente não tem dinheiro para continuar tocando a faculdade. O sarau é um ato de denúncia do corte. A estrutura geral da faculdade não é boa, a gente sonha com um novo campus, que nos foi prometido, mas é só promessa”, lamenta Kethelin Rocha, representante do movimento estudantil.
Para honrar todos os compromissos e garantir a infraestrutura necessária aos professores e alunos o campus Paranaguá precisa de pouco mais de R$ 340 mil.
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