A Universidade Federal do Paraná (UFPR) negou todos os recursos protocolados por estudantes que tiveram contestado o direito à cota social para o vestibular 2006. Ao todo, 29 candidatos entraram com pedido para tentar mudar a decisão da instituição os outros 23 cotistas sociais que tiveram o registro acadêmico rejeitado não recorreram. Com o indeferimento das matrículas, a segunda chamada da UFPR, divulgada ontem, acabou ficando um pouco maior do que o previsto. A relação saiu com os nomes de 226 calouros para 51 cursos.
De acordo com reitor Carlos Augusto Moreira Júnior, os cotistas sociais desclassificados não apresentaram documentos que comprovassem a totalidade de seus estudos dos ensinos fundamental e médio em escola pública. "Com certeza foi falta de atenção dos candidatos em relação as novas regras e a confusão na definição do que é escola pública", avalia Moreira.
No vestibular de 2005, mesmo quem tivesse cursado um ano em escola privada poderia concorrer a vaga. Mas para o concurso deste ano as regras mudaram. "Queremos reforçar as chances de quem realmente é oriundo de instituição pública", disse. Segundo o reitor, não cabe mais recurso administrativo no caso destes 29 concorrentes e eles estão definitivamente fora da UFPR. Ano passado, 45 cotistas sociais que corriam o risco de perder a vaga protocolaram recursos e dez reverteram a situação.
Desistências
Além dos 52 cotistas sociais que tiveram suas matrículas indeferidas e de dois vestibulandos com problema de documentação, as vagas da segunda chamada foram geradas por aprovados que desistiram de estudar na Federal. Foram 172 desistentes ao todo. Para o reitor, o dado não é significativo. "Está dentro da média." Moreira acredita que, por se tratar de uma instituição pública, o vestibular da UFPR atrai candidatos de todo o Brasil e eles também acabam participando de concursos em seus estados. "Só que como passam nas duas, escolhem a mais próxima", afirma. O número é 3% inferior ao registrado o ano passado, quando a instituição oferecia 50 vagas a mais e 295 concorrentes não fizeram o registro. Os novos calouros devem realizar na próxima quinta-feira, dia 16, o registro de matrícula.
Expectativa
Trinta cotistas raciais que também tiveram suas matrículas contestadas e entraram com recurso vão ter de esperar mais um pouco para saber se conseguirão entrar na UFPR. O resultado da análise do processo deveria ter sido divulgado ontem, mas a Comissão de Verificação das Cotas Raciais não conseguiu concluir as avaliações. De acordo com o reitor, até o final da tarde de ontem, 25 processos já haviam sido analisados, mas os membros da comissão preferiram esperar a conclusão da verificação para passar informações. Formada por representantes da comunidade e da própria universidade, a comissão é responsável por receber do calouro a declaração de próprio punho de que ele é afrodescendente e, em casos em que o principal tópico do edital do vestibular possuir traços da raça negra, que lhes causem algum tipo de discriminação não é atendido, ela tem poder para indeferir o processo de registro. Caso os candidatos venham realmente a perder a vaga, serão chamados para seus lugares vestibulandos que estão na lista geral de espera, sem qualquer separação entre cotistas e não cotistas. A próxima chamada da Federal será divulgada em 14 de março.
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora