Brasília A CPI dos Sanguessugas decidiu adiar os depoimentos de Gedimar Passos, Valdebran Padilha e Jorge Lorenzetti, acusados de envolvimento na compra do dossiê antitucanos. O vice-presidente da CPI, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), apresentou questão de ordem no início da reunião, ontem à tarde, solicitando o adiamento dos depoimentos. O argumento é de que os parlamentares da comissão ainda não tiveram tempo de analisar toda a documentação enviada pela Justiça Federal de Cuiabá (MT) sobre o dossiegate.
Gedimar Passos e Valdebran Padilha foram presos pela Polícia Federal no dia 15 de setembro, em um hotel em São Paulo, com R$ 1,7 milhão. O dinheiro seria utilizado na compra do dossiê preparado pelos Vedoin, acusados de chefiar a máfia sanguessuga. O material envolveria políticos do PSDB com a máfia das ambulâncias.
Jorge Lorenzetti, que também prestaria depoimento de ontem, fazia parte do núcleo de inteligência da campanha à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Foi afastado da função depois de ser acusado de ser o articulador da compra do dossiê antitucanos.
O vice-presidente da CPI argumentou também que o atraso nos vôos em vários aeroportos do país em que os controladores de tráfego aéreo fazem a operação-padrão dificultou a chegada de muitos parlamentares para a reunião. Após ouvir a opinião da maioria dos parlamentares, o presidente da CPI, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), decidiu suspender os depoimentos.
Prazo
O deputado petista alertou, no entanto, que a CPI deve concluir as investigações para apresentar o relatório final até o dia 18 de dezembro, já que os trabalhos da comissão não poderão ser prorrogados com o fim da atual legislatura.
Gedimar, Valdebran e Lorenzetti já estavam em uma sala ao lado de onde se reuniam os membros da comissão, aguardando o início do depoimento quando foram surpreendidos pelo adiamento. A CPI ainda não definiu nova data para que os três sejam ouvidos.