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Aviação

CPI deve responsabilizar Anac por caos aéreo

Brasília – O relatório final da CPI da Crise Aérea da Câmara dos Deputados deve responsabilizar a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) pelo caos aéreo. O relator da CPI, Marco Maia (PT-RS), vai propor ainda a construção de um terceiro aeroporto em São Paulo, recomendar o fim das passagens gratuitas para diretores da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e sugerir que seja proibido no país uma aeronave voar com qualquer um dos reversos com algum tipo de problema. Mas há uma briga nos bastidores que envolve a base do governo e a oposição: a inclusão do indiciamento da advogada Denise Abreu, ex-diretora da agência, por improbidade administrativa e fraude processual.

Apesar de filiado ao PT, Maia defende o indicamento de Denise. Ele a considera responsável pela inclusão de uma instrução normativa que não estava em vigência, no recurso da Anac, para convencer a Justiça de São Paulo a liberar a pista de Congonhas. Mas outros parlamentares da base do governo não aceitam. A saída intermediária pode ser a recomendação de que ela, e toda a ex-diretoria da Anac, responda a um processo administrativo.

Oposição

Pressionado pela oposição para que recomende a saída do atual presidente da Anac, Milton Zuanazzi, Maia se mostra reticente. Ele disse ontem que não é papel da CPI pedir a saída do diretor. Mas defende sua saída.

Sobre a criação do terceiro aeroporto em São Paulo, ele disse que essa nova unidade pode ser construída a partir do Campo de Marte, na capital paulista, ou numa cidade próxima, como Ribeirão Preto ou Jundiaí. Maia quer também que o serviço de carga seja descentralizado de São Paulo e vai recomendar a transferência dessa malha para o aeroporto de Confins, em Minas Gerais.

Os dois acidentes aéreos recentes ocorridos no país vão estar nas conclusões. No caso do acidente com o avião da Gol, que completa um ano no próximo dia 29, Maia vai pedir o indiciamento dos dois pilotos norte-americanos do Legacy. Ele quer também que alguns controladores de vôo sejam resposabilizados. O acidente da TAM será discutido na reunião de amanhã.

O relatório, que tem cerca de 500 páginas, vai ser apresentado em partes. Hoje, o assunto será infra-estrutura aeroportuária. Amanhã, o tema será o controle do espaço aéreo. Na quinta, Maia lê as conclusões sobre os dois acidentes e todas outras considerações finais.

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