Movimento Aeroportos têm atrasos em 6,9% dos vôos
São Paulo Após dois dias com atrasos e filas, os principais aeroportos do Brasil tiveram um domingo mais tranqüilo segundo a Infraero estatal que administra os aeroportos do país. O último boletim divulgado pelo órgão, ontem, mostrava que 72 dos 1.044 vôos entre pousos e decolagens programados registravam atrasos superiores a uma hora (6,9%). Outros 56 (5,4%) foram cancelados. No Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais (na Grande Curitiba), a porcentagem de atrasos acima de uma hora foi de 5,7%, duas das 35 operações previstas.
De acordo com o levantamento, os aeroportos de Cumbica, em Guarulhos; São Paulo; e de Salvador, na Bahia, lideraram os atrasos com 11 ocorrências. Em seguida aparecem o Galeão, no Rio de Janeiro, e Brasília, com sete vôos atrasados em cada um deles. Em Fortaleza, no Ceará, foram registrados cinco casos.
Entre os cancelamentos, a pior situação ocorreu em Porto Alegre, com nove ocorrências, ou 22% do total de vôos programados.
Brasília A CPI do Apagão Aéreo na Câmara só deverá ser instalada na próxima quinta-feira, mas os líderes do PSDB e do Democratas (ex-PFL), que não se entendem desde o início do ano, já começam a divergir na escolha da tática que a oposição adotará no inquérito. Enquanto o líder do DEM, deputado Onix Lorenzoni (RS), quer começar as investigações convocando a diretora de Engenharia da Infraero, Eleusa Lores, o líder do PSDB, Antônio Carlos Pannunzio (SP), diz que este não seria um bom começo porque a Infraero, sozinha, não explica a falência do sistema aéreo.
"Nós, Democratas, já conversamos sobre o roteiro de trabalho na CPI e há várias semanas estamos analisando auditorias do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a Infraero", conta o líder Onix, ao antecipar que o primeiro requerimento do DEM na CPI será para convocar a diretora de Engenharia. "Querer começar com a Infraero é querer produzir espetáculos televisivos para desgastar o governo e criar dificuldades à própria CPI para que dê as respostas sobre o apagão aéreo, que o povo quer saber", discorda Pannunzio.
Só na quarta-feira o líder tucano reunirá a bancada para tratar da estratégia do PSDB na CPI. Segundo ele, a idéia é fechar uma posição de bancada e, em seguida, procurar os demais líderes da oposição DEM e PPS, para tentar estabelecer uma tática comum. Mas Pannunzio avisa, desde logo, que o PSDB "não será infantil de querer começar esta CPI explorando o que pode dar desgaste maior ao governo, mas que não guardem relação direta com o Apagão".
"Temos a responsabilidade de tentar entender por que houve o colapso do sistema aéreo e queremos identificar os responsáveis por isto" adverte. O líder Onix não discorda desta afirmação. Diz que "a número um" na lista das convocações do DEM será a diretora de Engenharia porque todas as obras sob suspeição de irregularidade e superfaturamento teriam passado pelas mãos dela. "Vamos começar ouvindo quem estava operando, para depois chamar quem estava comandando", completa, referindo-se ao deputado e ex-presidente da Infraero Carlos Wilson (PT-PE).
Mas o DEM não quer parar aí. Ao contrário, ele explica que a intenção do partido é trabalhar em três vertentes. Os democratas também vão querer ouvir a Aeronáutica e investigar a qualidade dos equipamentos e do trabalho dos controladores de tráfego aéreo. "O governo terá de explicar por que contingenciou recursos para investimentos fundamentais e liberou para o que era acessório, transformando aeroportos em shoppings muito atraentes para as compras e muito pouco seguros", antecipa Onix. "Queremos que esta CPI melhore a vida do passageiro. Nosso objetivo é melhorar não só a segurança do vôo, como a qualidade do atendimento", insiste o líder do Democratas, para quem os passageiros dos aviões viajam em piores condições do que o gado no Brasil. "Vamos querer ouvir as companhias aéreas, que não respeitam passageiros", afirma Onix.
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