Brasília A base aliada do governo na Câmara conseguiu ontem suspender a instalação da CPI do Apagão Aéreo até que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa analise a legalidade da criação da comissão. O plenário da Câmara aprovou por 261 votos favoráveis e 46 contrários requerimento apresentado pelo líder do PT na Casa, Luiz Sérgio (PT-RJ), que pediu o efeito suspensivo de instalação da CPI até a análise da CCJ.
A reportagem apurou que a manobra dos governistas foi articulada pelo Palácio do Planalto. Pela manhã, líderes de partidos aliados se reuniram com o ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) para discutir estratégias que impedissem a instalação da CPI. Na conversa com Tarso, os líderes decidiram pressionar o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), para não instalar a comissão.
O PSDB, o PFL e o PPS saíram do plenário da Câmara e não participaram da votação na tentativa de esvaziá-la o que poderia derrubar a votação por falta de quórum. Mesmo com a mobilização, os governistas conseguiram reunir 315 dos 513 parlamentares no plenário e garantiram a votação.
O gesto da oposição, no entanto, tem como principal objetivo constranger os deputados governistas.
O líder do PFL na Câmara, deputado Onyx Lorenzoni (PFL-RS), disse que os partidos de oposição vão distribuir fotos dos deputados que derrubaram a instalação da CPI do Apagão Aéreo nos principais aeroportos do país na próxima segunda-feira como forma de constrangê-los junto à opinião pública.
O PSDB e o PFL acusam o governo de estar com medo da instalação da CPI diante de "falcatruas que serão descobertas nas investigações sobre a crise aérea do país.
Sérgio rebateu as acusações dos oposicionistas. Segundo o líder do PT, "o governo não tem medo de nada. "O que o governo quer é colocar uma pauta para o país, e não ter uma CPI que se transforme em palanque político, até porque as eleições já terminaram, enfatizou Sérgio.
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