Brasília (AE) – O presidente da CPI dos Bingos, senador Efraim Morais (PFL-PB), obteve ontem as 27 assinaturas necessárias para prorrogar os trabalhos da comissão por mais 60 dias, a partir de 25 de abril quando estava previsto seu encerramento. Ele alegou que a medida se tornou necessária para impedir que as investigações fiquem comprometidas pela falta de dados decorrentes da quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico de pessoas e empresas envolvidas nas denúncias. "O que eu não quero é concluir um relatório de madrugada, em apupos com cara de pizza", alegou.

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O senador disse que pedidos feitos em novembro ao Banco Central, Receita Federal e Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) não foram ainda atendidos.

Ele disse que continuará a coleta de assinaturas para alcançar um número recorde de apoio. Na lista de assinantes, está a senadora Roseana Sarney (PFL-MA), tida como uma aliada fiel do governo. Efraim não citou nomes, mas continuam pendentes dados que supostamente interessaria ao governo preservar. É o caso dos empresários de bingos, que teriam feito doação ao PT, os de Juscelino Dourado, ex-chefe de gabinete do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e os dos telefones instalados na casa do Lago Sul aonde se reuniam os integrantes da chamada República de Ribeirão Preto, e os que eram utilizados pelo ex-assessor parlamentar da Casa Civil, Waldomiro Diniz.

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O pedido para prorrogar a CPI provocou bate-boca entre Morais e a senadora Ideli Salvatti (PT-SC).

Ideli criticou a falta de embasamento técnico de um requerimento que a atingia e disse que na CPI "nada tem a ver com nada". Morais retrucou: "Respeite a CPI. Eu não aceito esse tipo de referência à CPI", disse. "Parece que essa CPI perturba o governo, esta CPI faz medo ao partido de Vossa Excelência", afirmou.