Brasília Faltando 40 dias para acabar, a CPI dos Sanguessugas esfriou e corre o risco de terminar melancolicamente, com a aprovação de um relatório final pífio sem apontar os culpados no Executivo pelo esquema de compra superfaturada de ambulâncias pelas prefeituras. Passadas as eleições e depois de pedir a cassação de 69 deputados e 3 senadores acusados de envolvimento com a máfia das ambulâncias, os integrantes da CPI não escondem sua falta de motivação com os trabalhos da comissão e com as investigações sobre os responsáveis pela elaboração do dossiê contra políticos tucanos.
"As investigações da Polícia Federal e do Ministério Público estão bem à frente da apuração da CPI. O que podemos é dar reforço para que as investigações prossigam. Esse caso do dossiê é um fato complexo, extremamente técnico e o Congresso Nacional não dispõe de recursos para fazer esse trabalho", resumiu o relator da CPI, senador Amir Lando (PMDB-RO). Ele pretende apresentar seu relatório final no dia 13 de dezembro. Mas antecipa que o texto será basicamente "propositivo" e se limitará a apresentar "um retrato dos fatos" e das investigações feitas pela Polícia Federal. "Não tem nada de novo; não tem nada de retumbante", afirmou Lando. O desinteresse dos integrantes da CPI ficou evidente nos últimos dias, principalmente com o fim das eleições. O presidente da Comissão, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), que não conseguiu se reeleger, foi para o exterior em missão oficial. Nem mesmo os depoimentos esta semana de ex-ministros da Saúde esquentaram o debate da comissão.
A oposição sequer se deu ao trabalho de ir à CPI para atacar o ex-ministro Humberto Costa, apesar de o PT ter levado toda a sua tropa de choque para defender o petista. Por sua vez, o PT também não infernizou o ex-ministro tucano Barjas Negri, que fez um depoimento tranqüilo sem grandes contestações. Já o depoimento do deputado Saraiva Felipe (PMDB-MG), também ex-ministro da Saúde, foi totalmente esvaziado.
"Há uma grande dificuldade para se fazer qualquer investigação. Alguma coisa está errada porque as investigações sobre o Executivo não andam", reclamou o deputado Júlio Redecker (PSDB-RS), sub-relator da CPI para apurar a eventual participação do Executivo na máfia das ambulâncias, durante o depoimento do petista Humberto Costa.
Integrantes da CPI dos Sanguessugas apostam que, dificilmente, será aprovado algum novo requerimento, na semana que vêm, pedindo a quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico de envolvidos no escândalo do dossiê. Os deputados e senadores da comissão também estão céticos em relação ao depoimento, marcado para o dia 21 de novembro, de três petistas supostamente envolvidos na elaboração do dossiê antitucano.
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