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Fraude

CPI investiga mais um senador e dois deputados

Brasília – Vinte dias depois de aprovar relatório parcial com a recomendação para cassar o mandato de 69 deputados e 3 senadores, a CPI dos Sanguessugas notificou ontem mais três parlamentares acusados de envolvimento com a máfia das ambulâncias: o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) e os deputados Salvador Zimbaldi (PSB-SP) e Philemon Rodrigues (PTB-PB). "A notificação significa que eles serão investigados. Não significa que eles estão no rol dos cassáveis", afirmou o presidente da comissão, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ).

Os três parlamentares tinham conexão com o esquema, segundo os empresários Luiz Antônio Trevisan Vedoin e Darci Vedoin, donos da Planam, empresa que funcionava como a central da máfia. A cúpula da CPI decidiu notificar os três parlamentares, com a alegação de que os empresários apresentaram à Justiça indícios de que eles receberam alguma vantagem para apresentar emendas ao Orçamento, para que prefeituras pudessem comprar ambulâncias superfaturadas.

Ao mesmo tempo em que notificaram Zimbaldi, Philemon e Antero, integrantes da CPI das Sanguessugas isentaram outros quatro deputados: Ricardo Izar (PTB-SP), Ciro Nogueira (PP-PI), Luiz Piauhylino (PDT-PE) e José Múcio Monteiro (PTB-PE). "Não basta que o parlamentar tenha emendas que foram parar no esquema. É preciso mais evidências", explicou Biscaia, ao afirmar que "por hora o caso está encerrado". Em entrevista à revista Época, Luiz Vedoin citou o nome dos quatro deputados como integrantes do esquema sanguessuga.

O presidente da CPI quer que o juiz de Mato Grosso, Jefferson Schneider, que está em férias, faça uma "advertência final" aos integrantes da família Vedoin que alteram o depoimento dado à Justiça e não param de incluir novos nomes de parlamentares que fariam parte da máfia das ambulâncias. "Decidimos que não vamos ficar nesse terreno pantanoso", afirmou o vice-presidente da CPI, deputado Raul Jungmann (PPS-PE).

Há duas semanas, em entrevista à revista Veja, Luiz Vedoin disase que o senador Antero chegou a negociar R$ 40 mil de apropina, por intermédio do deputado Lino Rossi (PP-MT), encarregado de cooptar parlamentares para a máfia no Congresso. Antero negou as acusações e ontem saiu às pressas de Mato Grosso, onde disputa o governo do estado, para apresentar sua defesa à CPI. Os nomes dos deputados Salvador Zimbaldi e Philemon Rodrigues surgiram durante depoimento sigiloso de Darci Vedoin à Justiça de Mato Grosso.

O empresário acusou os dois parlamentares de terem acertado propina de 10% em relação ao valor das verbas do Orçamento da União que direcionariam, por meio de emendas, para que as prefeituras comprassem da quadrilha ambulâncias e equipamentos hospitalares superfaturados.

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