Nos últimos 10 anos, o município de Toledo, no Oeste, construiu 2.700 unidades habitacionais do programa Minha Casa Minha Vida para pessoas com renda familiar de até três salários mínimos. O número é considerável para uma cidade de 119 mil habitantes, mas suspeitas de fraude na seleção das famílias beneficiadas levaram a Câmara de Vereadores a instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar as supostas irregularidades.

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A comissão já ouviu várias pessoas e detectou algumas irregularidades como a não observação dos critérios estabelecidos pela Caixa Econômica Federal para selecionar as famílias de baixa renda. Pelo menos 12 mulheres jovens, solteiras e sem filhos fazem parte do rol das beneficiadas, enquanto que outras famílias em situação de vulnerabilidade foram excluídas.

Em um dos casos, uma jovem de 27 anos selecionada para receber a moradia teria feito o cadastro em 2004, o que seria impossível por ela ter apenas 17 anos à época. "Surgiu a desconfiança de que havia sido alterada a data para justificar a fila de espera", diz o vereador Tita Furlan (PV), presidente da CPI. Outro cadastro mostra que uma pessoa com apenas 14 anos teria sido incluída no programa. "Tem absurdos de saltar os olhos", enfatiza.

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A CPI questiona o afastamento, em 2011, de uma assistente social que fazia o cadastro das famílias. Ela foi substituída por outra profissional que estava em estágio probatório e teria sido orientada a direcionar 50% das moradias de um residencial para funcionários de uma grande empresa.