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Crise

CPI pede quebra de sigilo de Delúbio

Brasília – A ação da CPI dos Bingos para abrir nova frente de investigação, desta vez sobre o valerioduto, começou mesmo a ultrapassar os limites do depoimento do ex-secretário-geral do PT Sílvio Pereira, marcado para hoje. O relator da CPI, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), assinou requerimentos pedindo a quebra de sigilo telefônico, bancário e fiscal do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e a convocação do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. Pediu também a quebra dos sigilos do próprio Sílvio Pereira, o Silvinho do PT. Nos documentos, o relator não poupa o presidente da República: faz referência a "transações nebulosas" para pagamento de dívidas de Lula e de sua filha Lurian, honradas por Paulo Okamotto, "amigo do presidente".

O mesmo texto é usado para justificar o pedido de quebra dos sigilos de Delúbio Soares e de Sílvio Pereira. A única diferença nos dois requerimentos, com 12 páginas cada um, é o nome do investigado. O relator diz ser fundamental cruzar informações sigilosas dos "coordenadores da campanha do presidente Lula em 2002" e cita entre eles Okamotto, Delúbio e Pereira. A quebra de sigilo de Okamotto, atual presidente do Sebrae, já foi aprovada pela CPI, mas o Supremo Tribunal Federal (STF) impediu o acesso aos dados.

Ao falar do pagamento da dívida de Lula por Okamotto, no valor de R$ 29.432,26, o relator afirma que "tal quitação se deu de forma bastante nebulosa e inverossímil". Okamotto diz que fez os pagamentos com saques em dinheiro de sua conta bancária e de sua mulher, Dalva. O requerimento de Garibaldi cita que Okamotto pagou dívidas de campanha de Lurian no valor de R$ 26 mil.

Garibaldi cita ainda como coordenadores da campanha de Lula os ex-ministros José Dirceu e Antônio Palocci e o deputado João Paulo Cunha (PT-SP) e reproduz a denúncia contra eles feita pelo Ministério Público Federal. A justificativa do relator para a CPI dos Bingos para investigar Sílvio Pereira, Delúbio Soares e Okamotto é a suspeição de que empresários de bingos fizeram doações ilegais à campanha de Lula em 2002, somando R$ 1 milhão. A denúncia foi feita pelo advogado Rogério Buratti, que integrou o grupo de colaboradores de confiança de Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto, apelidada República de Ribeirão. "A apuração da denúncia de que ‘empresas de jogo’ estabelecidas lícita ou ilicitamente financiaram ilegalmente campanhas eleitorais deve ser intensificada por esta CPI, especialmente por envolverem campanha eleitoral ao mais alto cargo da República", justifica Garibaldi nos requerimentos.

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