Brasília – Nenhum dos parlamentares denunciados pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento com a máfia das ambulâncias será ouvido pela CPI dos Sanguessugas. A informação é do presidente da CPI, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), ao argumentar ontem que o tempo de trabalho da comissão é exíguo – são 60 dias, no máximo – e será apresentado relatório parcial com o resultado preliminar das investigações da comissão de inquérito. A Procuradoria já pediu ao Supremo o indiciamento de 15 parlamentares e, nos próximos dias, pretende solicitar de mais 30 ou 32 congressistas.

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"Entendo que os parlamentares acusados de envolvimento com o esquema não devam ser inquiridos pela CPI. Se chamássemos todos eles para depor iríamos inviabilizar a comissão", afirmou Biscaia, durante a primeira reunião da CPI, ontem. Ele defendeu que a comissão dê um prazo, ainda a ser definido, para que os parlamentares envolvidos se manifestem por escrito à Comissão.

"Cerca de 45 parlamentares deverão ser denunciados ao Supremo. Esses inquéritos estão sob sigilo de Justiça. Uma vez identificados esses parlamentares, vamos dar um prazo para que eles apresentem suas defesas", disse. As investigações da comissão de inquérito serão baseadas nas apurações e documentos da Polícia Federal e do Ministério Público sobre o esquema de compra superfaturada de ambulâncias com recursos do Orçamento da União.

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Ontem, os integrantes da CPI aprovaram sete requerimentos com a quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico de pessoas e empresas ligadas ao esquema dos sanguessugas: as empresas Planam e Santa Maria, além de Maria da Penha, Darci Vedoin, Cléia Maria Vedoin (esposa de Darci), Alessandra Trevisan Vedoin (filha de Darci) e Helen de Paula Vedoin (sócia da empresa).

A comissão aprovou ainda as convocações de Maria da Penha Linho, apontada como o braço da quadrilha no Ministério da Saúde; do empresário Darci José Vedoin, sócio da empresa Planam; do filho dele, Luiz Antônio Trevisan, e o advogado da empresa, Luiz Aires Cirineu. Todos já foram ouvidos pela Polícia Federal.

Na primeira reunião da CPI, não foram aprovadas as convocações e a quebra de sigilo de 27 assessores e ex-assessores de deputados e senadores denunciados pelo Ministério Público Federal como integrantes da máfia.

A comissão quer que a corregedoria envie os dados sigilosos sobre o suposto envolvimento de deputados encaminhados à Câmara pela Justiça Federal de Mato Grosso.

"A dificuldade desta CPI é quebrar o corporativismo da Câmara", reclamou o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), ao defender a transferência imediata dos documentos.

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