Brasília (Folhapress) Os integrantes da CPI dos Correios enfim terão acesso hoje aos dados sigilosos das contas do publicitário Duda Mendonça. Foram quatro meses de conversa com o governo dos Estados Unidos, uma viagem de membros da CPI para Nova Iorque e interferência do governo brasileiro nas negociações. Tudo foi feito na tentativa de convencer as autoridades americanas a liberaram os dados para a CPI.
Os documentos estão no Ministério da Justiça, onde apenas quatro integrantes da comissão, acompanhados de dois técnicos, terão acesso. Porém, pouco resultará da avaliação das 15 mil pastas com documentos relativos ao caso.
"Realmente dá pra fazer muito pouco", admitiu ontem o relator da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR). Restam somente 10 dias, pelo cronograma traçado pelo relator, para que os dados sejam coletados, copiados magneticamente, levados à comissão, lidos, analisados, decifrados e comparados com os dados colhidos no Brasil e os depoimentos prestados pelo publicitário à CPI e à Polícia Federal.
Diante das dificuldades do tempo exíguo, a comissão vai se pautar pelos jornais. "Vamos nos valer do trabalho investigativo dos jornais, do que saiu na imprensa", afirmou Serraglio.
"O principal mesmo a descobrir quais são as outras fontes (das contas), é ver quem está alimentando a Dusseldorf", acrescentou o relator, em referência à conta de Duda usada para receber recursos das contas do empresário mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza, dinheiro que pagaria serviços prestados ao PT durante a campanha eleitoral.
De posse desses dados, a cúpula da comissão pretende concluir o caso com um novo depoimento do publicitário. O requerimento para convocá-lo já foi aprovado.
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