Suspeitas de processos de adoção irregulares que envolvem até abuso sexual trouxeram a Comissão Especial de Inquérito (CPI) do Tráfico de Pessoas para o Paraná. Ao todo, a CPI nacional investiga sete casos sob suspeita no estado, dois deles em São João do Triunfo. O Ministério Público contesta as denúncias e garante que todas as adoções seguiram os trâmites legais.
A cidade de São João do Triunfo, na Região Centro-Sul, entrou na mira da CPI do Tráfico de Pessoas há mais de um mês, quando membros da Comissão receberam denúncias sobre possíveis irregularidades em dois casos de adoção. De acordo com as denúncias, os processos teriam sido acelerados e não cumpriram todas as exigências legais.
Em um deles, sete dos nove filhos foram retirados dos pais no começo desta década e encaminhados para adoção internacional em 2006. De acordo com as denúncias, as crianças teriam sido retiradas do convívio familiar, encaminhadas para abrigo e, logo após, colocadas para adoção sem nenhuma tentativa de reinserção familiar. O motivo da destituição familiar teria sido a pobreza extrema da família e o alcoolismo do pai.
A promotora que cuidou do caso na época, Tarcila Soares Teixeira, contesta as denúncias e garante que o processo seguiu as determinações legais. Ela conta que acompanhou o caso de 1999, depois de um denúncia do Conselho Tutelar, até 2006, quando as crianças foram adotadas.
Condições
Fezes humanas, comida retirada do lixo, crianças nuas, ambiente promíscuo entre outras denúncias fazem parte do processo de adoção dos sete irmãos de São João do Triunfo. A promotora afirma que várias ações para recuperar a família foram adotadas, mas nenhuma surtiu efeito. A adoção internacional foi a última alternativa encontrada para manter os irmãos juntos.
Membros da CPI do Tráfico de Pessoas votam na terça-feira o requerimento que define a data de viagem para as cidades com casos suspeitos. Outros dois documentos também foram apresentados para apreciação. Um deles pede a quebra de sigilo dos processos sob suspeita e o outro solicita a cópia de gravações com relatos de famílias. "Ir até essas cidades é nosso dever de ofício, não estamos acusando o Ministério Público nem a Justiça, pelo contrário, damos a eles o voto da confiança. Mas há indícios e temos de investigar", garante o vice-presidente da CPI, deputado federal Fernando Francischini.
Além dos dois casos de São João do Triunfo, outras cinco denúncias espalhadas pelo estado estão sendo investigadas pela CPI do Tráfico de Pessoas.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora