O início da medida do governo de São Paulo que acelerará a internação compulsória de dependentes químicos foi adiado para a próxima semana. O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) informou na segunda-feira (14) que o anexo do Poder Judiciário, que será instalado na sede do Centro de Referência em Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod), só começará a funcionar na próxima segunda-feira (21).

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O adiamento ocorreu por conta de problemas de falta de infraestrutura para a instalação do anexo, que será responsável pela avaliação dos casos mais graves de dependência química. Pela medida, a internação compulsória só poderá ser realizada após decisão judicial.

Na semana passada, o presidente do TJ-SP, Ivan Sartori, havia informado que, na próxima quinta-feira, o Conselho Superior da Magistratura fará reunião para aprovar provimento para a iniciativa, mas que nada impediria que as atividades começassem esta semana. Ontem, familiares de dependentes químicos buscavam informações sobre a internação compulsória, no centro de referência. Na região central da capital paulista, a medida não acuou dependentes químicos, que utilizavam ontem entorpecentes à luz do dia.

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Em visita ao centro de referência, o padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Povo de Rua, voltou a fazer críticas à medida. Na avaliação dele, o estado precisa ter uma política pública para a questão das drogas, uma vez que a internação compulsória, segundo ele, é indicada para apenas 1% dos casos. Ele também avaliou que não está claro o que será feito com os dependentes químicos que chegarem ao centro de referência após o horário de plantão do Poder Judiciário, das 9h às 13h. "[A pessoa] terá de esperar o juiz até o dia seguinte?", indagou Lancellotti.