Sob um clima de forte comoção, foram cremados na tarde deste domingo (29), em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, os corpos do empresário Domingos Costa, 58 anos, e do filho dele, Gabriel Barreira Costa, 14 anos. Eles viajavam no avião bimotor que caiu em Juiz de Fora, na Zona da Mata de Minas Gerais, na manhã de sábado, matando as oito pessoas que estavam a bordo - quatro executivos da Vilma Alimentos, de propriedade de Costa, o piloto e copiloto, que seguiam para uma convenção da empresa. Também foram cremados em Contagem os corpos do vice-presidente de Vendas e Marketing da empresa, Cezar Roberto de Pinho Tavares 55 anos, e da gerente de Controladoria, Lídia Colares de Souza Lima, 31 anos, que estava grávida de dois meses. As demais vítimas do acidente foram enterradas em cemitérios de Belo Horizonte.
O avião caiu em uma pousada e explodiu, a cerca de um quilômetro do aeroporto Francisco Álvares de Assis, quando se preparava para pousar, pouco antes das 8h de sábado. Diante da afirmação do gerente do aeroporto, Cipriano Magno de Oliveira, de que o piloto Jair Barbosa, 62 anos, foi informado de que não havia condições de pouso por conta da forte neblina, os investigadores do acidente não descartam a hipótese de falha humana. No entanto oficialmente, o coronel da Aeronáutica Paulo Santos prefere não falar em causas antes do término das investigações. Tanto o avião quanto o piloto estavam em condições regulares de voo. O coronel, que esteve em Juiz de Fora com um técnico para recolher os destroços e a caixa-preta da aeronave, vai se reunir nesta segunda-feira com um grupo de especialistas para dar início à análise do material. Ele informou que uma equipe do órgão poderá retornar a Juiz de Fora caso seja necessário.
Também nesta segunda-feira, a caixa-preta do bimotor King Air modelo B 200, prefixo PRDOC, será levada para o novo laboratório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos (Cenipa), em Brasília, o único da América do Sul habilitado a esse tipo de análise. Antes de 2011, os gravadores de dados recolhidos em acidentes precisavam ser enviados ao exterior para análise, o que era feito nos casos estritamente necessários por conta dos elevados custos. As caixas pretas trazem informações como velocidade, altitude e como se comportaram os sistemas de aeronaves, além de diálogos entre os tripulantes. Por meio dela, os técnicos poderão reconstituir os últimos momentos da aeronave antes da tragédia.
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