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Fronteira

Cresce apreensão de remédios em Foz

Foz do Iguaçu – Os consumidores que compram medicamentos do Paraguai correm o risco de adquirir um produto falsificado e fabricado sem as mínimas condições de segurança sanitária. Boa parte dos remédios que cruza a fronteira de Foz do Iguaçu pelas mãos dos sacoleiros engorda as estatísticas da pirataria. Somente até maio deste ano, a Receita Federal (RF) apreendeu em Foz 31.502 unidades de remédios trazidos do Paraguai, superando o total do ano passado que foi de 27 mil.

Segundo o delegado da RF, José Carlos de Araújo, o aumento deve-se à desarticulação do esquema de contrabando que usava ônibus para o transporte de mercadorias. Conforme estatísticas da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 10% dos medicamentos consumidos no mundo são falsos. Este mercado ilegal movimenta em torno de US$ 35 bilhões ao ano.

O assunto foi discutido ontem no 1.º Encontro para Prevenção e Combate à Falsificação e Contrabando de Medicamentos, em Foz, promovido pela Anvisa. O evento será encerrado hoje.

O diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Vitor Hugo Travassos, diz que a falsificação de medicamentos é um problema mundial que atinge até mesmo países europeus. Na América do Sul, o Paraguai é um ponto de passagem da pirataria, mas também fabrica remédios legais e controlados pelo governo que acabam chegando ao Brasil via contrabandistas. O medicamento no Paraguai custa até dez vezes menos do que no Brasil. Boa parte dos medicamentos falsos vendidos no Paraguai é fabricada na China e Coréia.

De acordo com a Anvisa, a falsificação está tão sofisticada que consegue imitar com perfeição as características do medicamento original. Travassos explica que há três tipos de adulteração: remédios com princípio ativo ausente, fora do padrão de qualidade ou na dosagem incorreta. Algumas falsificações são detectadas apenas a partir de exames laboratoriais e provocam conseqüências econômicas e sociais ao país. "O falsário tira o mercado do fabricante, o país perde impostos e quando o paciente tem um problema o país também perde porque ele tem que recorrer ao hospital público", diz Travassos.

Na lista dos remédios mais falsificados estão os de grande consumo, em especial os de impotência sexual como Viagra e Ciallis, e os de preços elevados, como medicamentos oncológicos e antibióticos. A Anvisa recomenda ao consumidor que cheque se a embalagem do remédio não está violada e verificar se a caixa tem o logotipo da empresa fabricante. O uso de remédios falsos pode causar reações colaterais ou alérgicas no paciente e até mesmo levá-lo à morte.

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