O estudo “Mudanças de arranjos familiares 2004-2014”, divulgado ontem (30) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), aponta novos perfis familiares do país em uma década. A partir de análise da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2014, pesquisadores concluíram que as mudanças demográficas e sociais impactaram na composição das famílias.
Mães tardias
Dados levantados pela Gazeta do Povo, neste ano, mostram que paralelamente à renúncia da maternidade cresce a maternidade entre mulheres acima de 35 anos. O adiamento tende a se tornar um problema de saúde pública. Mães mais velhas tendem a ter filhos prematuros – chegando a 13% dos casos quando a mãe beira ou ultrapassa os 40 anos.
Em 2004, 58,8% dos domicílios do país se enquadravam no perfil de famílias com filhos. Em 2014, esse índice caiu para 44,8%. O arranjo familiar de casal sem filhos saltou de 13,5% para 18,8% no mesmo período. As proporções de arranjos formados por pais com filhos (2%) e mães com filhos (15%) ficaram constantes. Houve aumento de mulheres vivendo sozinhas – 7,8% em 2004 para 10,4% em 2014 – e de homens vivendo sozinhos – de 6,8% para 9,1% .
O porcentual de domicílios chefiados por mulheres aumentou de 26,5% em 2004 para 38,8% em 2014. No caso de mulheres com cônjuges, estas chefiavam 3,5% dos domicílios em 2004 e passaram a chefiar 13,5% em 2014.
As pesquisadoras do Ipea Ana Amélia Camarano e Daniela Fernandes explicam em texto de apresentação que os resultados estão relacionados com os padrões familiares cada vez mais variados. Há mais uniões homoafetivas, divórcios e não-casamentos. Ao que se soma uma maior participação da mulher no mercado de trabalho.
Outros dados
Os pesquisadores concluíram que houve queda no número de pessoas que viviam em extrema pobreza. Em 2004, 7,38% das famílias sobreviviam com R$ 70 per capita por mês. Dez anos depois, com o valor reajustado para R$ 77 mensais, esse índice caiu para 2,71%.
Em relação ao mercado de trabalho, o estudo aponta que a taxa de desemprego caiu de 8,9% em 2004 para 6,9% em 2014, enquanto a taxa de informalidade saiu de 52,88% para 39,93% no mesmo período.
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