Dados do Censo 2010 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que 8,3 milhões de famílias no País (15,4% do total) convivem no mesmo domicílio que outra família e fogem ao modelo mais comum de apenas pais vivendo com os filhos. A proporção cresceu na última década: em 2000, 6,5 milhões de famílias (13,9% do total) tinham mais de um núcleo e viviam sob o mesmo teto.

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O número de famílias que dividem uma única moradia é um dos critérios para o cálculo do déficit habitacional do País e se soma a informações como má qualidade dos domicílios e excesso de pessoas que dividem o mesmo quarto.

As regiões com maior proporção de famílias que dividem a mesma casa são também as mais pobres do País, Norte (23,1%) e Nordeste (17,6%). Também são as regiões que têm famílias maiores.

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Embora o Censo não indique as razões para as famílias se agruparem, fatores financeiros são decisivos: um quinto (21,8%) das chamadas famílias secundárias (que vivem como "agregadas" de uma família responsável) não têm qualquer tipo de renda.

O tipo de família secundária mais comum é formada por mulheres sozinhas com um ou mais filhos. Segundo os técnicos do IBGE, em geral são mães solteiras que nunca deixaram as casas dos pais ou mulheres que voltam à antiga moradia depois de se separarem dos companheiros. Nos dois casos, elas formam uma segunda família que vive com a família "principal".

"Pode ser que algumas situações sejam temporárias, mas é o que foi captado pelo IBGE no momento da coleta dos dados do Censo", diz a técnica Ana Lúcia Saboia.

O IBGE registrou 4 milhões de famílias "principais" que dividem os domicílios com 4,3 milhões de famílias "secundárias". "Há casos em que as famílias dividem o domicílio por vontade própria e não entram no cálculo do déficit habitacional. Há famílias de alta renda que escolhem morar juntas. As famílias que dividem o domicílio porque não têm condições de viver em moradias separadas entram no cálculo do déficit", diz o técnico Gilson Gonçalves de Matos.

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