Londrina fechou o primeiro semestre com um crescimento de cerca de 50% no número de homicídios registrados no município em relação ao mesmo período do ano passado. De janeiro a junho de 2012, foram 55 assassinatos, 2 latrocínios e 5 mortes por confronto com policiais militares, contra 37 assassinatos em 2011. A PM não disponibilizou dados de morte de confronto no ano passado, mas pela contagem paralela realizada pelo JL, em 2011 foram computadas oito mortes do tipo.
O crescimento da violência contra a vida no Município é registrado no momento em que o governo do Estado cria as Delegacias de Homicídios em Londrina, Maringá e Cascavel. O decreto 4.904 foi publicado no dia 6 de junho e está dentro do plano de ação para a redução do número de homicídios em todo o Paraná. Os policiais que irão compor as novas delegacias terão treinamento especializado com o Instituto Médico-Legal (IML), para as perícias. Em Londrina, a Delegacia já está funcionando oficiosamente no antigo endereço da Delegacia da Mulher, na Rua Goiás com Rua Brasil.
"A melhor resposta que a Polícia Civil pode dar é a solução desses crimes", diz o delegado-chefe da 10ª. Subdivisão Policial, Márcio Amaro. "Hoje, nosso índice de solução é de 70% dos casos", aponta. Segundo ele, a delegacia está funcionando hoje com oito investigadores, três escrivães e um delegado. "Queremos colocar mais um delegado. Dar estrutura para que possamos solucionar ainda mais crimes e acabar com a sensação de impunidade", afirma. Para o delegado, o homicídio é o tipo de crime que "é muito difícil prevenir". "Quando alguém decide executar o outro, ele espera o melhor momento e o faz. Tanto a Civil quanto a PM fazem o possível para prevenir, retirando armas das ruas, fazendo blitze e arrastões mas não dá para evitar", aponta.
DrogasPara o tenente-coronel Samir Geha, comandante do 5º Batalhão da PM, o aumento no número de homicídios é o "preço do tráfico". "É preciso verificar a fundo as causas do aumento da violência. Se o pai e a mãe não estão prestando atenção ao filho, o traficante está", aponta. Segundo ele, a maioria das vítimas tinha envolvimento com drogas e criminalidade. "Infelizmente, quem entra nisso só tem dois caminhos: prisão ou cemitério." Geha diz que toda morte violenta é preocupante. "Mas eu me preocupo ainda mais com o trabalhador", afirma.
Segundo o comandante, é preciso investir em políticas públicas para reverter a situação. "Não é função da PM educar. Nós estamos aqui para aplicar a lei. Mesmo assim, ainda tentamos ajudar com projetos sociais como o Formando Cidadãos. Porém, é preciso que a sociedade tome um posicionamento mais firme", explica. As polícias, para ele, estão fazendo seu papel. "De janeiro a maio deste ano, a PM prendeu 1.025 pessoas e apreendeu 324 adolescentes. No ano passado, no mesmo período, foram 858 presos e 364 apreendidos", diz.
Acerto de contas Tanto o delegado-chefe Márcio Amaro quanto o comandante da PM, Samir Geha, apontam que o crescimento na violência acelerou a partir do final do ano passado. Isso, segundo eles, está relacionado aos indultos de final de ano. "O cara sai da prisão e vê que seu ponto foi tomado por outro. Vira uma guerra", diz o tenente-coronel Samir Geha. Márcio Amaro concorda. "No final do ano passado, o delegado de Homicídios [Paulo Henrique Costa] fez uma correlação entre as liberações e as mortes. A maioria das situações de morte é por acerto de contas", aponta.
Mapa dos homicídios em LondrinaZona Norte 15Zona Sul 10Zona Oeste10Zona Leste9Centro7Área Rural4TOTAL 55
Homicídios por mêsJaneiro - 14 Fevereiro 9Março 9Abril 6Maio 6Junho 11
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