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Crianças com microcefalia deverão receber atendimento no SUS para estímulo precoce da visão, audição, linguagem e desenvolvimento motor logo após o nascimento até os três anos.

A medida faz parte de novas diretrizes voltadas aos profissionais de saúde para atendimento e estímulo às crianças com suspeita da malformação, divulgadas pelo Ministério da Saúde nesta quarta-feira (13).

A ideia é que, assim que detectada a suspeita de microcefalia e confirmado o diagnóstico por meio de exames, pais e bebês sejam direcionados pelas secretarias de saúde para acompanhamento por profissionais especializados.

Segundo o secretário Alberto Beltrame, o governo deve lançar uma força-tarefa para capacitar, por meio de cursos presenciais e à distância, 7.525 profissionais para atuar no atendimento aos bebês, como fonoaudiólogos, fisioterapeutas, psicólogos, médicos, terapeutas, entre outros.

O objetivo é indicar atividades específicas que podem ser realizadas para verificar o desenvolvimento da criança e ajudá-la a engatinhar, pegar objetos, falar, entre outros.

“[O período] de zero aos três anos é a grande janela de oportunidade que temos de buscar reverter as sequelas”, diz ele, que ressalta que a participação dos pais é fundamental para ajudar no estímulo às crianças.

“O grau de sucesso do processo de estimulação precoce é diretamente dependente do mais rápido ter sido instituído e do grau da gravidade da má-formação”, disse.

Hoje, o SUS possui 1.543 serviços de reabilitação. Outros 76 centros específicos de reabilitação devem ficar prontos até o fim do primeiro semestre.

Suspeitas

As ações ocorrem diante do aumento de casos suspeitos de microcefalia no país. Desde outubro, o Brasil já soma 3.530 casos suspeitos em 724 municípios de 20 Estados e do Distrito Federal. Os dados são até 9 de janeiro.

Questionado, o secretário admitiu que outras malformações podem estar associadas ao quadro, mas disse serem necessárias mais pesquisas para verificar a possível relação com o vírus zika.

“Estamos trabalhando com uma doença nova em que todas as consequências não estão mapeadas, e não está estabelecido em que momento isso ocorre na gestação”, disse.

“O que temos hoje são relatos de casos que dão conta de associações com malformações no coração, de articulações, além da cerebral, de olho e problemas auditivos”, afirmou Beltrame.

Após completarem três anos, as crianças devem ser inseridas em ações de reabilitação, afirma.

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