Uma criança de 12 anos foi morta por um GCM (Guarda Civil Metropolitana) na madrugada deste domingo (26), na Zona Leste de São Paulo. Segundo informações preliminares, o menino foi abordado por guardas civis metropolitanos na Cidade Tiradentes.
A Secretaria da Segurança Pública informou que um inquérito policial foi aberto e que o caso está sendo investigado pelo DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa). A secretaria informou ainda que o guarda envolvido na morte do menino foi preso em flagrante por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
A polícia informou ainda que testemunhas já foram ouvidas e que o local do crime já foi periciado. O caso foi registrado no 49ª DP (São Mateus).
A reportagem da Folha de S.Paulo entrou em contato com a Secretaria de Segurança Urbana, que não quis comentar o incidente. A prefeitura da cidade disse que “ordenou apuração rigorosa do ocorrido e afastamento dos agentes da Guarda Civil Metropolitana envolvidos, até que se esclareçam os fatos”.
Outros casos
No dia 2 de junho, o menino Ítalo, de 10 anos, foi morto a tiros por policiais militares durante uma perseguição na Zona Sul de São Paulo. Ítalo e mais um colega de 11 anos haviam furtado um carro em um condomínio da região e passaram a ser perseguidos.
O amigo, que estava com Ítalo dentro do carro, deu versões diferentes sobre o ocorrido. Nas duas primeiras vezes que foi ouvido, disse que o colega estava armado e que tinha efetuado três disparos contra a polícia. Depois, mudou a versão. Passou a dizer que nenhum dos dois estava armado e que a polícia plantou a arma para justificar os disparos. Ninguém da polícia se manifestou neste domingo.
Na última sexta-feira (24), o secretário da Segurança Pública no Estado, Mágino Alves Barbosa Filho disse que a polícia vai realizar um exame psicológico no menino de 11 que estava no carro. O exame buscará saber se há algum transtorno. A intenção, segundo Mágino, é “ter um pouco mais do perfil deste menino.”
O secretário não disse se o exame também irá buscar saber em quais das versões o menino dizia verdade sobre a arma encontrada no carro e a realização de disparos pelo, mas indicou que fato de ter apresentado “cinco ou seis versões” suscitou a necessidade de esclarecimento. Nas primeiras versões, o menino disse que Italo atirou contra os policiais, mas, depois, em outras afirmou que a arma foi plantada e que nenhum deles atirou.
O secretário disse ainda que uma nova testemunha ouvida pela polícia disse ter visto os policiais retirando uma arma de dentro do carro em que estava os meninos, e entregando para um superior, o que reforçaria a tese apresentada pelos policiais.
A criança de 11 anos que sobreviveu à perseguição policial entrou com sua família para o PPCAAM (Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte). A criança, sua mãe e seus irmãos já não estão mais no Estado de São Paulo, segundo Luiz Carlos dos Santos, do Condepe (Conselho Estadual de Direitos Humanos), que pediu o ingresso da família no programa.
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