O corpo do menino G.V.M., de sete meses, foi enterrado, no fim da tarde de ontem, no Cemitério Parque Metropolitano de Fazenda Rio Grande, região metropolitana de Curitiba. Ele foi morto pela mãe, F.V.M.M., 24 anos, que passou a sofrer de depressão pós-parto logo após o nascimento do bebê. O funeral foi acompanhado por cerca de 70 parentes e amigos. "O corpo só foi liberado ao meio-dia (de ontem) porque faltava um boletim de ocorrência da delegacia. Uma pena, tivemos poucas horas para nos despedir", lamenta um primo de G.V.M.
Em um momento de descontrole, enquanto estava sozinha com o bebê em casa, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), F.V.M.M. golpeou o filho com uma facada na barriga. O menino não resistiu ao ferimento e morreu antes de ser socorrido, no meio da tarde de terça-feira. Segundo o relato do pai da criança a familiares, quando ele saiu de casa para trabalhar o menino dava risadas e a mulher parecia bem. Antes de ser presa, a mãe teria contado ao pai que a última lembrança que vinha à sua memória é que ela tentava fazer a criança dormir, mas o menino chorava muito. "Não temos nem o que pensar. Toda a família está do lado dela. Queremos que ela vá para um tratamento", afirma um tio da mãe.
Parentes contam que a depressão pós-parto já tinha sido diagnosticada na mãe nos dias seguintes ao nascimento do bebê. Ela teria rejeitado o filho, que acabou sendo criado nas primeiras semanas de vida por uma prima. "Ela tinha altos e baixos. Às vezes nem parecia que era ela. Não conversava com ninguém e olhava longe", relata o tio. De acordo com o primo da criança, durante os sete meses de vida do menino a mãe tinha sido internada três vezes, mas ultimamente mostrava-se bem. "No dia 1.º eles comemoraram sete meses do G. Ela foi ao shopping e comprou roupinhas para o menino", conta.
A morte de G.V.M. foi um desfecho trágico para a vida de planos da família. Há três meses, eles tinham se mudado de São José dos Pinhais para uma casa nova, na CIC. Nesta semana, F.V.M.M. escrevia seu currículo para conseguir um novo emprego.
A moça se apresentou à polícia no dia do crime e encontra-se detida, isolada em uma cela do 9.º Distrito Policial. De acordo com o superintendente Juscelino Aparecido Bayer, ela será removida hoje para o Complexo Médico Legal, em Piraquara, para "preservar a integridade dela". O advogado de defesa Oscar Fleischfresser conta que sua cliente toma seis medicamentos diferentes para depressão. "Ela está sendo vítima da própria doença. Ela não tem noção da atrocidade que cometeu", afirma. "Como pai, eu jamais pegaria esse caso se constatasse que ela planejou a morte do filho", acrescenta.
Em sentença expedida em julho de 2020, a Justiça determinou que a mãe da criança fosse absolvida das acusações por ser considerada inimputável, conforme demonstrado por laudo psiquiátrico de sanidade mental. Em outubro de 2021 os nomes da criança, da mãe e demais familiares citados na reportagem foram ocultados ou substituídos por suas iniciais.
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