Uma menina de 2 anos foi esquecida nesta quarta-feira (21) por funcionários de uma creche particular em Caçapava, no Vale do Paraíba, em São Paulo. A funcionária, que deveria entregar a criança para a mãe, foi embora e não percebeu que a menina estava dormindo na sala de aula.

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A comerciante, Aline Machado, chegou para buscar a filha no fim da tarde, horário habitual de saída das crianças, e encontrou a escola fechada. Depois de fazer contato com os familiares para conferir se algum parente havia buscado sua filha mais cedo, Aline se desesperou. Ao chamar pela filha do lado de fora da escola, a menina de 2 anos respondeu falando "mamãe".

Vizinhos e familiares pularam o muro e arrombaram portas para chegar até a criança, que estava em um colchão no canto da sala.

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De acordo com vizinhos da escola, a funcionária que deveria fazer a saída dos alunos foi embora e não percebeu que a criança estava dormindo. Para o advogado da escola, Renato Germano, os familiares estão exagerando.

"A versão apresentada não corresponde aos fatos, não foi tão grave assim. A escola assume o erro da funcionária ter se ausentado por alguns minutos, mas a criança não teve qualquer lesão", defende. De acordo com ele, a criança ficou cerca de 20 minutos sozinha na escola.

Na tarde de sexta-feira será realizada uma reunião entre a direção, advogados da escola e familiares da criança. A escola avalia também a possibilidade de uma reunião com os pais de todos os alunos para explicar a situação. "Queremos mostrar que as crianças são bem cuidadas na escola, o que houve foi uma falha que pode acontecer", justifica o advogado.

A Secretaria de Educação de Caçapava, que autoriza o funcionamento de escolas, alega que o estabelecimento é particular e não faz parte da rede municipal. O órgão não quis informar o que será feito com a escola. O Conselho Tutelar de Caçapava foi acionado e deve acompanhar o caso.

Lesão

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Segundo a mãe, a criança está assustada e não quer retornar para a creche. "Ela diz que tem medo de voltar para lá e ficar trancada de novo", diz. Na avaliação do psicólogo Rafael Klinguelfus, a criança viveu uma experiência de abandono, solidão.

"A família não deve agora obrigá-la a ficar na escola, deve partir dela a disposição para voltar ao ambiente escolar", afirma. Ainda segundo o psicólogo, é importante a família demonstrar que está indignada, mas sem o uso da violência, sem expor a criança. "A tendência da criança é se sentir culpada pela situação", justifica.