O menino Ruan Bruno Gomes Nunes, de 2 anos, morreu após ser atingido por uma bala perdida na comunidade Metrô Mangueira, na Zona Norte, na madrugada deste sábado, 12. Ruan foi atingido na barriga por volta das 4h20 da manhã, enquanto dormia. A criança foi levada por familiares para o Hospital Souza Aguiar, no Centro, mas não resistiu aos ferimentos.
Os moradores acusam a Polícia Militar de ser a responsável pelos disparos, mas a corporação nega. De acordo com o Comando de Polícia Pacificadora (CPP), homens da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Mangueira estavam na Avenida Visconde de Niterói acompanhando a saída dos frequentadores de um baile funk, que foi realizado com autorização da unidade na localidade conhecida como Buraco Quente. Por volta das 4h, bandidos começaram a disparar contra as viaturas de dentro da favela, mas os policiais alegam não terem reagido, já que havia muitas pessoas nas imediações. De acordo com o 4º BPM, que é responsável pelo policiamento na comunidade do Metrô Mangueira, um dos disparos feitos pelos traficantes atingiu a casa da família de Ruan. O CPP está fazendo um levantamento nas armas utilizadas pelos PMs, para saber se houve uso de munições.
Segundo a vizinha Renata Gomes, de 27 anos, os tiros começaram por volta das 4h. A mãe e filho dormiam quando a criança foi atingida. Renata diz que os tiroteios já viraram rotina na região, que conta com uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).
“Não sei dizer se foi tiro entre traficantes ou se a polícia estava junto, mas sei que foi na Mangueira”, diz ela, que não aguenta mais tanto tiroteio na região. “Nós não estamos mais aguentado. Isso aqui é tiroteio constantemente, as autoridades precisam fazer alguma coisa. Viramos reféns dessa violência “, desabafa a dona de casa.
O clima é muito tenso na região e moradores protestaram pela manhã na Radial Oeste, que ficou totalmente interditada no sentido Méier até as 9h30m. Após um breve período de liberação, a via foi novamente ocupada por volta das 10 horas por um grupo de aproximadamente dez adolescentes que tentou interditar novamente o trecho. Munidos com pedras e bombas caseiras, eles ameaçaram os carros que seguiam pela via, chegando até a subir em alguns. Assustados, alguns motoristas chegaram a voltar na contramão para fugir do tumulto. Os jovens chegaram a tacar um colchão e uma caçamba de lixo na via, mas homens de 4º BPM chegaram ao local e conseguiram desocupar a rua usando spray de pimenta e balas de borracha para tentar conter o grupo.
Às 11h30, a Radial Oeste foi novamente liberada em ambos os sentidos, segundo o Centro de Operações Rio (COR), mas foi novamente fechada por um grupo de 40 moradores, muita delas crianças. Elas exibiam faixas contra a presença da PM no local. O policiamento chegou a ser reforçado com a chegada de seis carros do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq), mas o s ânimos foram se acalmando aos poucos e não foi preciso uma intervenção maior da polícia.