Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Tragédia

Criança morre em parque de diversões

Menina foi atingida por uma cabine do brinquedo “Crazy Dance”, no dia 31 de outubro | Bianca Garmatter / Gazeta do Povo
Menina foi atingida por uma cabine do brinquedo “Crazy Dance”, no dia 31 de outubro (Foto: Bianca Garmatter / Gazeta do Povo)

Uma criança de 2 anos morreu na noite do último domingo em um parque de diversões que funcionava na Festa de Nossa Senhora do Rocio, em Paranaguá, litoral do estado. Gabrielle Regina Redert, que iria completar 3 anos no próximo dia 8, estava com a família no parque quando ocorreu a tragédia. Segundo testemunhas, ela se distanciou da mãe, que soltou a mão da menina para pegar uma máquina fotográfica. Em segundos, Gabrielle correu em direção ao brinquedo Crazy Dance, onde estava sua tia.

O equipamento ainda estava parado no momento em que a menina passou pelo portão de saída, que estava aberto. "O padrasto dela entrou no brinquedo para pegá-la, só que ele não conseguiu alcançar a Grabrielle. Não é possível que o condutor do brinquedo não tenha visto um adulto em pé antes de ligar o aparelho", lamenta a irmã da menina Andrielle Regina da Silva. "Não queremos culpar ninguém, mas acho que se o responsável pelo brinquedo tivesse fechado o portão, isso não iria acontecer."

De acordo com a polícia, o operador foi deixar os ingressos na cabine e só depois de ligar o brinquedo percebeu que a criança havia ultrapassado o portão de segurança. A menina prendeu o pé em uma parte do equipamento e não conseguiu se soltar, mesmo com a ajuda de sua tia, que viu a sobrinha batendo a cabeça várias vezes. Gabrielle chegou a ser encaminhada ao Hospital Regional de Paranaguá, porém, uma hora depois do acidente ela não resistiu aos ferimentos.

O Instituto de Criminalística fez vários testes no local ontem e informou que a criança não seria capaz de abrir a trava sozinha se o portão realmente estivesse trancado. De acordo com o delegado adjunto da 1.ª Subdivisão da Polícia do Interior, Rômulo Contin Ventrella, as investigaçõs já foram iniciadas e os funcionários do parque estão sendo ouvidos. "O parque tem total responsabilidade pela segurança dos brinquedos, tanto pela manutenção quanto pelo acesso a eles", diz.

O parque, montado ao lado do santuário de Nossa Senhora do Rocio, foi interditado preventivamente. O secretário municipal de Serviços Urbanos Vilmar Cruz diz que a prefeitura emitiu o alvará de funcionamento após a apresentação da licença pela vigilância sanitária e pelo Corpo de Bombeiros. "O parque está dentro dos conformes, o que ocorreu foi uma fatalidade", diz.

Outro lado

O gerente do parque, André Martins, afirma que não houve negligência dos funcionários. Ele diz que, no momento do acidente, três funcionários estavam no local – um próximo à grade de saída, um próximo à grade de entrada e um terceiro na operação do brinquedo. De acordo com ele, quando o brinquedo entra em movimento, os funcionários que tomam conta da entrada e saída dirigem a atenção para o público, com o intuito de avisar ao operador se alguém passar mal.

Martins afirma que estava no parque no momento do acidente, mas longe do brinquedo. "Eu ouvi testemunhas que estavam ali e elas me disseram que, quando a criança entrou, foi muito rápido. Quando o funcionário notou a presença dela, ele pediu para o operador parar o brinquedo, mas, assim como um veículo, você não pode parar o brinquedo bruscamente, pois há riscos. Então, ele acionou o botão de emergência, mas nesse momento a criança já havia sido atingida."

O gerente afirma que, ao contrário do que foi afirmado por testemunhas à polícia, o portão de acesso ao equipamento não estava aberto, e que Gabrielle teria condições de abri-lo sozinha. "Hoje mesmo eu fiz um teste com uma criança da idade dela e ela conseguiu abrir o portão." Martins afirma que irá estudar formas de aprimorar a segurança. "O brinquedo já vem assim de fábrica, e como isso nunca aconteceu, estávamos tranquilos, mas vamos ver como melhorar a segurança das grades."

O parque, segundo Martins, prestou assistência à família, e se ofereceu para custear o enterro, o que não foi aceito pelos pais de Gabrielle. "Nós entendemos, é um momento muito difícil." O gerente afirmou que o parque cumpre todas as exigências da prefeitura e do Corpo de Bombeiros, e que está há 35 anos em funcionamento, sem nunca ter se envolvido em um acidente deste tipo.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.