Ponta Grossa A dona de casa Simone Ribas teve de esperar cerca de cinco horas na última segunda-feira para que sua filha de 8 meses fosse atendida no Hospital da Criança, em Ponta Grossa. Eram 14 horas quando Simone chegou ao hospital e pegou a senha 820. A filha apresentava manchas no pescoço e uma febre persistente. Mas a criança só entrou na sala de consulta por volta das 19 horas.
Situações como esta têm irritado as cerca de 200 mães que procuram atendimento diariamente no ambulatório do hospital. O problema chamou a atenção do Ministério Público (MP), que ontem instaurou inquérito para apurar o tempo de espera em todas as unidades de saúde e hospitais da cidade.
O promotor Fuad Faraj quer que os pacientes aguardem no máximo 30 minutos por uma consulta. Segundo ele, o problema não acontece somente no Hospital da Criança. A espera é longa também nas 51 unidades de saúde da cidade. "Semanalmente recebemos reclamações de pacientes que aguardaram muito tempo por atendimento e quando ele ocorreu durou no máximo dez minutos", disse. Na próxima semana, o promotor solicitará à Secretaria de Saúde de Ponta Grossa a criação de um serviço de agendamento de consultas por telefone.
Na segunda-feira, além de Simone, outras mães reclamavam da demora no atendimento. Marineusa Gonçalves estava com o filho de 3 anos apresentando febre e vômitos e somente depois de três horas ele foi atendido. "Isso é falta de respeito com a gente. O menino está passando mal e ninguém faz nada", afirma.
Os casos de esperas mais longas ocorreram na segunda-feira. Desde então, o tempo caiu, mas não o suficiente para pais e mães que aguardavam por uma consulta. Ontem, o tempo variava de uma a duas horas. Segundo o diretor do Departamento Pediátrico da Secretaria de Saúde de Ponta Grossa, o médico Alberto Calvet, não passa de duas horas do momento em que o paciente chega ao hospital até ser atendido.
"As nossas estatísticas mostram isso. Fazemos pesquisas com pais e mães após as consultas", afirma. Ainda assim, o médico considera o tempo de espera longo. "Isso não é o ideal", disse. No Hospital da Criança apenas dois pediatras se revezam no atendimento diurno de aproximadamente 200 crianças. Com tanta demanda e pouca gente para atender, a média no hospital é de seis consultas por hora. Segundo Calvet, o hospital concentra atendimentos que poderiam ser feitos nas unidades de saúde, que oferecem o serviço pediátrico em horários limitados.
A previsão do médico é que o problema seja amenizado dentro de 30 dias, com a contratação de outros 11 pediatras. Eles serão locados em determinadas unidades de saúde da cidade. Com isso, a expectativa do município é que pelo menos 80 atendimentos deixem de ser realizados no Hospital da Criança. "Com um número menor de consultas, o hospital conseguirá dar mais agilidade nos atendimentos", afirmou Calvet.
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