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Quatro crianças, com idades entre oito e dez anos, foram encaminhadas ao Conselho Tutelar nesta semana após terem sido flagradas furtando material escolar em uma papelaria no bairro Pinheirinho, em Curitiba. O caso aconteceu na última quarta-feira (11) e envolveu três meninas e um menino. Os pais foram chamados para explicar o porquê de as crianças estarem sozinhas na rua. Para os conselheiros, o grupo de crianças admitiu que tentou furtar lápis, borracha e cadernos porque a família não teria dinheiro para comprar esses materiais. As famílias serão monitoradas para verificar se as crianças estão em situação vulnerável.

A proprietária da loja, na avenida Winston Churchill, Patricia Monica da Silva, disse que os produtos foram colocados dentro de uma mochila de rodinha, que o grupo carregava. Segundo ela, o valor do material que as crianças pegaram chega a R$ 110. "Eu estava fazendo uma lista, próximo à saída, e duas das crianças pequenas vieram perguntar se eu não iria embora. Eu disse que não e percebi uma atitude suspeita", contou.

A comerciante disse que duas meninas maiores chegaram a sair da loja com a mochila e um funcionário foi atrás delas. Ela disse que foi perguntado pelos pais das crianças e chamado a Polícia Militar. "Fui falando com eles com calma e nisso eles começaram a gritar, agredir, morder, quebrar as coisas. Chutaram uma funcionária." Com a chegada dos policiais, o Conselho foi acionado.

"São crianças de famílias de baixa renda. Eles queriam material escolar. Perguntei porquê elas estavam fazendo aquilo e elas falaram: ´porque eu não tenho condições de comprar´", contou o conselheiro tutelar Josimar Lemes da Silva. Ele atendeu às crianças, conversou com os pais delas e visitou as casas em que elas moram. Depois disso, ele lamentou o fato de as crianças terem sido tachadas como bandidos. "Na verdade, não teve nenhuma situação dessa. Não tem relatos dessas crianças estarem envolvidas em nenhum outro fato."

Entre as quatro crianças, três são irmãos e uma das meninas é vizinha da família. Os pais alegaram que problemas de saúde impediram uma vigilância rigorosa e que, por isso, elas estavam desacompanhadas nas ruas comerciais do Pinheirinho. "A mãe dos três irmãos disse que se descuidou e as crianças aproveitaram da situação para sair. O pai da menina vizinha tem dificuldades de locomoção", explicou o conselheiro.

Rede de proteção

A partir da ocorrência, o Conselho Tutelar acionou a Rede de Proteção à Criança de Curitiba. Com isso, assistentes sociais ou psicólogos da Fundação de Ação Social e da secretaria municipal de Saúde devem visitar as famílias nos próximos dias para elaborar um relatório sobre as condições em que as quatro crianças são criadas, para verificar se há alguma ameaça à integridade delas.

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