Crianças tiveram festa no Memorial de Curitiba no sábado, com brinquedos e atrações culturais.| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

A festa de sábado (19) no Memorial de Curitiba tinha um sotaque mais afrancesado. Às 11h começou o Natal das crianças haitianas, um evento organizado pela Associação de Haitianos em Curitiba com o apoio da ONG Mãos do Mundo, que reúne profissionais de fisioterapia comunitária. Cerca de 20 voluntários se envolveram na montagem e organização da festa, que está prevista para terminar às 15h30.

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Mães e filhos aproveitaram a programação no Memorial de Curitiba. 

A campanha durou um mês, quando a associação e a ONG arrecadaram brinquedos, comidas e outras formas de contribuição – nos consultórios dos fisioterapeutas integrantes da ONG, era possível doar brinquedos e dinheiro. Foram arrecadados cerca de 300 presentes e uma quantia suficiente para contratar uma piscina de bolinhas e alugar outros brinquedos grandes. Os presentes que não forem entregues no sábado serão levados aos bairros para outras crianças ou serão guardados para a próxima data festiva.

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Laurette Bernardin, presidente da associação, explica a iniciativa: “Sempre fizemos festas e eventos pensando nos adultos, e as crianças nunca têm seu espaço de lazer e acabavam ficando de lado. Com esta festa, queremos que elas se divirtam, que aproveitem para brincar entre elas”. Para entretê-las, a programação incluía palhaço, mímico, um grupo de teatro da OAB-PR com uma peça infantil, música, pintura de rosto e um Papai Noel para a entrega dos presentes às 14h. Ao meio-dia, cerca de 20 crianças entre brasileiras e haitianas, corriam pelo Memorial estourando bolhas de sabão e comendo algodão-doce. A estimativa é que sejam de 100 a 150 crianças haitianas ou filhas de haitianos vivendo em Curitiba atualmente. “Com a chuva, as pessoas ficam receosas de sair de casa”, diz Laurette.

Natal das crianças haitianas foi iniciativa da Associação de Haitianos em Curitiba com apoio da ONG Mãos no Mundo 

Com pacote de pipoca em mãos e com um sorriso tímido permanente no rosto, o menino de 11 anos observa a mãe enquanto ela fala: “Morei dois anos em Paranavaí e agora estou há dois anos em Curitiba. Paranavaí é mais tranquila, mas tendo trabalho está bom”. Quem fala é Marie Carme Kerlegrand, que saiu do Haiti sozinha e quase quatro anos depois, voltou ao país natal para buscar os filhos de 11 e seis anos. Os três moram em Santa Felicidade e chegaram no início da festa.

Histórias como a dela são recorrentes: mães que imigram e voltam ao país anos depois para buscar as crianças. Mas com a permanência no Brasil, muitas mulheres têm filhos nascidos em terras curitibanas, como Chedna Joseph, há dois anos no país e com um bebê de dois meses no colo, Jeenceley, seu primogênito. Ele ainda não brinca, mas a mãe fez questão de sair de casa, no bairro Xaxim, para participar da festa. “No ano passado fiquei em casa”, disse.

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