A Polícia Civil abriu inquérito para apurar a denúncia de que 15 crianças de 8 e 9 anos tiveram que ficar nuas na sala de aula em uma escola municipal de São Gonçalo do Sapucaí, em Minas Gerais. Os estudantes disseram aos pais que uma monitora e uma professora tomaram a medida por causa do sumiço de R$ 32. A monitora já assinou um termo de desistência do cargo, e a professora está afastada.
"Em tese, há a possibilidade dessa prática enquadrar como infração penal, que será investigado como inquérito policial. Todos os envolvidos serão ouvidos", afirmou o delegado Wellington de Castro, responsável pelo inquérito.
Alguns pais já contrataram um advogado, que já entrou com uma ação no Ministério Público.
"Representamos baseado em dois artigos do Código Penal, constrangimento ilegal e ameaça", conta o advogado de uma das famílias, Jorge Fernando dos Santos.
Um menino de 8 anos contou que eles foram para uma sala e lá tiveram que tirar a roupa, e foram orientados a não contarem o fato aos pais.
"Ela falou para a gente ir para a sala dela. A bolsa dela estava aberta. Separou as meninas e os "homens" foram primeiro para tirar a roupa, tirar a calça e a cueca. E falou que ia dar suspensão para quem falasse para o pai e para a mãe", relatou um menino.
O caso aconteceu na Escola Municipal Nossa Senhora Aparecida no último dia 20. O dinheiro teria sumido da bolsa de uma monitora de um programa de erradicação do trabalho infantil. As 15 crianças que estavam na sala teriam sido obrigadas a ficarem nuas diante da monitora e de uma professora.
A diretora diretora da escola, Maria Olímpia Magalhães, afirmou que esse não é o procedimento usado pela. "Quando acontece alguma coisa de minha responsabilidade, eu chamo as crianças uma a uma para conversar na minha sala, para perguntar o que aconteceu, como foi. Não desta maneira. Neste caso, o fato aconteceu antes de me comunicarem", disse a diretora.
Segundo a secretária de Educação do município, Marli Oraboni de Souza, a monitora estava em seu segundo dia de um período de experiência na escola como voluntária da Secretaria de Assistência Social. "Abrimos um processo administrativo porque a professora estava na sala", relata Marli.
Uma das mães disse que o filho não quer voltar para a escola, porque os colegas estão chamando o menino de ladrão. Duas novas funcionárias já foram contratadas para a função.
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