São Paulo Os passageiros enfrentaram ontem atrasos nos aeroportos pelo terceiro dia seguido. Em nota, a Força Aérea Brasileira (FAB) atribuiu os problemas ao excesso de tráfego aéreo. Balanço da Infraero (estatal que administra os aeroportos) mostra que, da 0 h às 18h30, 46% dos vôos tiveram problemas. "Segundo o Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), as decolagens de São Paulo e Rio de Janeiro com direção ao espaço aéreo sob responsabilidade do Cindacta-1 sofreram restrições em virtude do volume de tráfego acumulado", afirma a nota.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou ao comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, que o Comando da Aeronáutica é quem deve tomar as medidas que considerar adequadas para estabelecer o fluxo e a segurança do tráfego aéreo.
As entidades que representam as agências e operadoras de turismo brasileiras afirmam que o número de viajantes está maior neste ano e prevêem aeroportos cheios no mês de julho, período de férias escolares. Com a nova onda de atrasos e cancelamentos de vôo, elas temem que os consumidores sejam afetados pelos problemas e tenham um desgaste grande para conseguir viajar.
Segundo o presidente da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa), José Eduardo Barbosa, em média há 15% a mais de viajantes em 2007, em comparação ao ano passado. Ele diz que as vendas são feitas com antecedência e, por isso, não há receio de desistência dos passageiros ou de prejuízo às empresas.
Punição
O advogado Tadeu Corrêa, que defende o controlador de tráfego aéreo Carlos Trifilio, afirmou ontem que apresentará à Justiça Militar um mandado de segurança para tentar evitar a prisão administrativa de seu cliente. O controlador foi punido pela Aeronáutica por conceder entrevistas à imprensa. "Entendemos que (a prisão) é irregular, porque ele não teve direito ao contraditório nem ampla defesa", afirmou. Apesar de a FAB estabelecer que os militares devem ter autorização para falar a qualquer veículo de comunicação, a defesa tenta reverter a punição também sob a alegação de que o sargento Trifilio falou na condição de presidente da Federação Brasileira das Associações de Controladores de Tráfego Aéreo (Febracta), e não apenas como controlador.