Guilhotina
Operação da Polícia Federal levou à queda do chefe da Polícia Civil:
11 de fevereiro A Operação Guilhotina, da Polícia Federal, prende 45 pessoas, entre elas 32 policiais civis e militares suspeitos de envolvimento com milícias e traficantes. A investigação foi feita em conjunto pela Polícia Federal, pelo Ministério Público do Rio e pela cúpula da Secretaria de Segurança do Rio. Um dos presos foi o ex-chefe Operacional da Polícia Civil, Carlos Oliveira, homem de confiança do chefe da Polícia Civil, Allan Turnowski. O próprio Turnowski teve de prestar depoimento na PF. O delegado Cláudio Ferraz, titular Delegacia Repressão às Ações Criminosas Organizadas e de Inquéritos Especiais (Draco), ajudou nas investigações.
13 de fevereiro Turnowski determina o fechamento da Draco para apurar suspeita de extorsão de empresários e funcionários de prefeituras para arquivamento de inquéritos. Ele nega que seja uma retaliação à contribuição de Ferraz à Polícia Federal.
15 de fevereiro Turnowski deixa o cargo de chefe da Polícia Civil.
O chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, delegado Allan Turnowski, deixou o cargo ontem pela manhã, 24 horas depois de promover uma devassa na Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), unidade que auxiliou a Polícia Federal (PF) na investigação que resultou na prisão de 32 policiais na sexta-feira. Ele deixou o cargo em meio a uma queda de braço com o delegado titular do Draco, Claudio Ferraz, que ajudou nas investigações que resultaram na Operação Guilhotina. A Polícia Civil será chefiada pela delegada Martha Rocha, que era diretora da Divisão de Polícias de Atendimento à Mulher. Turnowski deixou o cargo em meio a uma das mais graves crises na história da polícia do Rio. Na sexta-feira, 11 policiais civis, 21 militares e 13 ex-policiais ou informantes foram presos pela PF, sob suspeita de ligação com o tráfico de drogas e milícias. Eles são suspeitos de vender armas para traficantes, informá-los a respeito de operações e extorquir moradores de áreas controladas pelo tráfico.
Um dos presos foi o delegado Carlos Antonio Luiz Oliveira, homem de confiança do ex-chefe da Polícia Civil. Na sexta-feira, Turnowski teve de prestar esclarecimentos à PF sobre o suposto envolvimento de Oliveira com uma quadrilha ligada à venda de armas para traficantes e foi questionado se recebia propina de contraventores. Ele negou.
Três dias depois da operação, Turnowski lacrou a Draco e apreendeu documentos e computadores com o objetivo de apurar uma denúncia anônima sobre irregularidades na delegacia segundo o delegado, havia indícios de que os policiais da Draco extorquiam empresários e prefeituras do interior do estado para arquivar inquéritos. Seu último ato como chefe da Polícia Civil foi defender a exoneração de Claudio Ferraz.
Operação desastrosa
Turnowski deixou o cargo após conversar com o secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame. "Tenho a certeza que é a melhor decisão para o momento", afirmou o ex-chefe de Polícia Civil em nota enviada à imprensa. Nos bastidores, até aliados próximos consideraram desastrosa a decisão de fechar a Draco. Na segunda-feira, o corregedor da Polícia Civil, Gilson Emiliano Soares, disse a Beltrame que não tinha elementos para levar as denúncias de Turnowski à frente. Em seguida, a a prefeitura de Rio das Ostras (uma das teriam sido extorquidas, segundo Turnowski) negou qualquer denúncia contra a Draco. As entrevistas de Turnowski defendendo a exoneração de Ferraz irritaram Beltrame.
Durante a apresentação de Martha Rocha como nova chefe da Polícia Civil, ontem à noite, Beltrame atribuiu a saída de Turnowski a "exageros em um conjunto de situações que aconteceram desde domingo". Martha Rocha, que entrou na polícia em 1983 e chegou ao cargo de delegada em 1990, não comentou a interdição da Draco e disse que aguardará a posição da corregedoria. "Seria leviano fazer qualquer coisa diferente."
Milícias
Mais três delegados e outros agentes podem ser presos nos próximos dias pela PF. Na sexta-feira, 45 pessoas tiveram a prisão decretada pela Justiça, mas só 32 foram detidas. A PF apreendeu parte da contabilidade da milícia de Ramos. Os papéis mostram que os criminosos cobravam taxa de 30% sobre a venda de casas na região. Os moradores também eram obrigados a pagar R$ 30 por mês aos milicianos em troca de "proteção. O grupo criminoso, de acordo com a PF, era apoiado por Carlos Oliveira.
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