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Genebra – A presidente eleita da Argentina, Cristina Kirchner, vai pedir a seu colega do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que seja acelerada a adoção de moedas locais nas transações comerciais entre os dois países. Na próxima segunda-feira, Cristina fará sua primeira viagem para encontro exclusivo com um chefe de Estado e escolheu o Brasil como destino.

"Nossas relações com o Brasil são muito boas e o fato de que o escolhemos como o primeiro destino é algo simbólico", afirmou Jorge Taiana, chanceler argentino. Ele admitiu, porém, que a questão da ampliação do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) não fará parte dos temas do primeiro encontro entre Cristina e Lula. Para o chanceler brasileiro Celso Amorim, ou o Conselho é reformado ou ele perderá relevância. Taiana, que será mantido no cargo, evitou dar detalhes da agenda da reunião entre os dois governos. "Vamos repassar todos os temas", assegurou o chanceler. Segundo ele, a reunião não ocorrerá apenas com Lula, mas também contará com a presença de vários ministros. "Será uma reunião de trabalho", disse.

O chanceler argentino confirmou que um dos pontos que a presidente quer ver abordado é a adoção de moedas locais nas transações do Bloco. "Esse será um tema em que queremos ver avanços logo", afirmou. A iniciativa já foi tomada em meados do ano, mas enfrenta problemas para ser implementada. A idéia é que, sem precisar usar o dólar, as variações cambiais entre os dois países não afetem os fluxos de comércio, como ocorreu nos anos anteriores.

Outro ponto é a coordenação macroeconômica, uma eterna promessa do Mercosul, que caminha a passos lentos. Apenas com tal coordenação é que os países do Bloco poderão tratar, em algum momento, de uma moeda única.

Taiana, contudo, admitiu que a polêmica em torno do Conselho de Segurança da ONU não entrará na agenda de segunda-feira. O Brasil reivindica um lugar permanente no principal órgão das Nações Unidas, hoje privilégio de apenas cinco países (China, Reino Unido, Estados Unidos, França e Rússia). Buenos Aires, porém, quer evitar que essa ampliação signifique a adesão automática do Brasil.

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