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Meio ambiente

Crítica a novas hidrelétricas é “tiro no pé”, diz ex-ministro

Gomide: com termelétricas, emissões de gases aumentarão | Daniel Derevecki/Gazeta do Povo
Gomide: com termelétricas, emissões de gases aumentarão (Foto: Daniel Derevecki/Gazeta do Povo)

Reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa não é problema para o Brasil, graças à matriz energética limpa do país. A avaliação é do ex-ministro de Minas e Energia Francisco Go­­mide, que participou ontem de mesa-redonda no 4.º Seminário Brasileiro de Meio Ambiente e Responsabilidade Social no Setor Elétrico (Smars), em Curitiba. Para ele, é uma visão equivocada contestar a instalação de novas hidrelétricas – como vem acontecendo em relação à construção da usina de Belo Monte, em Altamira (PA), criticada por ambientalistas.

O ex-ministro lembrou que a produção de energia e os transportes são os vilões do efeito estufa. "No Brasil não temos esse problema, pois nossa geração de eletricidade se baseia nas hidrelétricas", ressaltou. "Com os biocombustíveis, conseguimos reduzir nossa dependência dos combustíveis fósseis." Somente 14% da energia gerada em todo o planeta provém de fontes renováveis. No Brasil, esse porcentual triplica, chegando a 42%.

Gomide se disse preocupado com a "judicialização das obras de engenharia" – contestação na Justiça da construção de novas hidrelétricas. "Para que ficar dando tiro no pé com essa visão equivocada da questão ambiental?", questionou. "Se não construir hidrelétricas, lá na frente, quando houver necessidade de energia, implantam termelétricas, aumentando as emissões."

Neste mês, o governo federal deverá lançar um programa de incentivo à produção de carros elétricos e híbridos. "Isso vai provocar maior demanda, aumentando a necessidade de construir usinas", disse o ex-ministro, que defendeu o uso de biocombustíveis ou até mesmo hidrogênio nos motores a combustão dos veículos híbridos. Obtido a partir da eletrólise da água, o hidrogênio é o combustível mais limpo que existe, pois sua combustão produz apenas vapor d’água.

De acordo com o gerente de Sustentabilidade e Responsa­bilidade Corporativa da CPFL Energia, Henrique Lian, que debateu o assunto com Gomide, a busca de energias alternativas vem dos anos 70. "Começou com o choque do petróleo, por uma questão geopolítica, de segurança energética, e ganhou urgência maior com as mudanças climáticas", afirmou.

Serviço:

O 4º Seminário Brasileiro de Meio Ambiente e Responsabilidade Social no Setor Elétrico (Smars) termina hoje, no Embratel Convention Center, no Shopping Estação, em Curitiba. A programação começa às 8h30 e termina às 17h40.

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