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Painel

Culpa dividida

À diferença da PF, que se concentrou na campanha de Aloízio Mercadante, o relatório final da CPI dos Sanguessugas, com divulgação prevista para esta semana, tende a co-responsabilizar a campanha de Lula pela compra do dossiê contra José Serra. Parlamentares da comissão lembram que todos os personagens identificados do caso, à exceção de Hamilton Lacerda, prestavam serviços para o comitê nacional. Acrescentam que todos, em seus depoimentos, alegaram ter agido em prol da vitória do presidente na negociação com os Vedoin. Por fim, argumentam que o próprio álibi inventado por Lacerda ultrapassa a fronteira da disputa paulista: o homem da mala insiste em dizer que não carregava dinheiro, como constatou a polícia, e sim material de propaganda eleitoral de Lula.

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Experiência – Fernando Gabeira (PV-RJ) não dá crédito à teoria de que a operação dossiê teria sido desenvolvida dentro do partido, com recursos próprios e sem participação das campanhas. "Para isso teria sido necessário, por exemplo, que o PT do Rio arranjasse dinheiro para o PT de São Paulo", diz o sub-relator. "Pelo que conheço de ambos, não faz o menor sentido.’ Longa data – Ideli Salvatti (PT-SC), que faz cara de paisagem toda vez que é mencionada sua amizade com o churrasqueiro Jorge Lorenzetti, recebeu do "aloprado" R$ 8 mil no caixa um para a campanha ao Senado, em 2002. Idéia fixa – Além do tradicional pedido de mudança na condução da economia, a Central de Movimentos Sociais – que congrega CUT, MST e UNE – pretende debater com Lula, no encontro marcada para esta semana no Palácio do Planalto, o projeto de "democratização dos meios de comunicação". Em disputa – Para aflição da brigada petista do BB, liderada pelo vice-presidente de Crédito e Gestão de Risco, Adésio Lima, Lula sinalizou que gostaria de manter Rossano Maranhão à frente do banco. Não é o mesmo desejo do ministro Guido Mantega. Equipe – O economista Gesner Oliveira, ex-presidente do Cade, foi escolhido por Serra para comandar a Sabesp. Leve e solto – Fernando Henrique Cardoso resiste bravamente ao assédio para que assuma a presidência do PSDB. Tem alegado que, preso à burocracia do partido, perderia a liberdade de dizer o que pensa e teria de funcionar como bombeiro de aborrecidas disputas internas.

Trauma – Embora tenha procurado baixar a bola do assalto sofrido na noite de quinta no Rio, que qualificou como uma "casualidade" que "pode acontecer em qualquer lugar do mundo", Ellen Gracie sentiu o baque. Foi esse o motivo que levou a presidente do STF a cancelar viagem na sexta a SP, onde receberia homenagem do governo estadual. Tô fora – Outro agraciado ausente da cerimônia no Palácio dos Bandeirantes foi Celso de Mello. O ministro, que em condições normais já tem medo de avião, decidiu reduzir drasticamente seus deslocamentos enquanto durar o inferno nos aeroportos.

Puxadinho – Em fase de agradar a todos em busca de votos para se reeleger, Renan Calheiros (PMDB-AL) autorizou Antônio Carlos Magalhães a ampliar seu já imenso gabinete no Senado. O pefelista avançou nos domínios da liderança do PMDB para, segundo piada que corre na Casa, cavar um túnel que vai dar direto na presidência. Barreira – Eduardo Campos já avisou: não vai mesmo levar nenhum deputado federal da coligação para o secretariado em Pernambuco. O governador eleito evita ser o patrocinador do retorno de Severino Cavalcanti (PP) à Câmara. O homem do mensalinho é o primeiro-suplente.

TIROTEIO

* Do líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia (RJ), sobre as suspeitas da Polícia Federal de que Hamilton Lacerda, acusado de transportar o dinheiro pagador do dossiê, tenha feito lobby na empresa.

– O governo do PT já demonstrou que a Petrobrás está a serviço do partido. Assim, não surpreende que o homem da mala transite com desenvoltura pela empresa.

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