A esperança da cura da asma pode estar dentro do xaxim, espécie de planta que até muito recentemente foi intensamente utilizada para decoração de residências e que hoje está ameaçada de extinção no país. Pesquisadores brasileiros anunciaram ontem, em Curitiba, que conseguiram inibir a asma em 80,6% dos ratos de laboratório utilizados no estudo, após aplicarem nas cobaias uma substância extraída da planta.
O medicamento também foi testado em 1,6 mil voluntários do Brasil, Europa, Estados Unidos e Japão. A imensa maioria (98,5%) declarou que não teve mais crises respiratórias após o uso do extrato, disse o coordenador e idealizador da pesquisa, Elzo Ferreira.
Segundo Ferreira, os resultados obtidos com humanos são animadores. As pessoas que experimentaram o tratamento relataram não sentir mais os sintomas da asma do terceiro ao décimo dia após começarem a ingerir a substância, em média. O prazo em que o produto mais demorou para fazer efeito, disse ele, foram 65 dias.
Esses resultados com humanos, porém, ainda não foram submetidos a estudos clínicos, com o acompanhamento de pacientes em hospitais. Ou seja, os dados baseiam-se ainda na autodeclaração dos voluntários. Para que a substância possa ter sua eficácia realmente comprovada e seja autorizada pelo Ministério da Saúde para ser comercializada, será preciso realizar esses estudos. O pesquisador disse que a intenção é finalizar essa etapa da pesquisa até meados de março do ano que vem.
"Da fase em que a pesquisa está até sair o medicamento, acho que vai levar mais um ano", afirmou Ferreira. De acordo com ele, isso dependerá, no entanto, da indústria farmacêutica. Contatos com diversos laboratórios, dentro e fora do país, já estão sendo feitos. O pesquisador afirmou que o remédio deve ser vendido na forma de comprimido (para adultos) ou xarope (para crianças).
Ferreira explicou que a substância encontrada já está protegida por uma patente internacional. Segundo ele, o extrato do xaxim revelou ter atividade antibiótica e antiinflamatória capaz de anular a proteína causadora da asma, que, por sua vez, é encontrada nas fezes dos ácaros. Os medicamentos atuais para combater a asma não atacam a causa, mas funcionam apenas como broncodilatadores, o que alivia os sintomas da doença. Além disso, a substância encontrada no xaxim não é tóxica.
O coordenador da pesquisa disse ainda que o estudo está sendo realizado com a colaboração de cientistas de cinco instituições de pesquisa brasileiras. Ferreira preferiu não divulgar quais são as instituições envolvidas para evitar espionagem industrial, embora já tenha patente internacional do produto.
No entanto, ele aceitou, sob a condição de a Gazeta do Povo não divulgar a fonte, repassar o nome de um dos pesquisadores envolvidos. A reportagem entrou em contato com este cientista, professor de uma renomada universidade brasileira, que confirmou que a pesquisa tem obtido resultados promissores. O cientista também disse que o estudo está sendo realizado dentro de rigorosos procedimentos científicos.
O coordenador do curso de Farmácia e Bioquímica da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP), professor Sandro Germano, igualmente confirmou a credibilidade da pesquisa e disse conhecer os pesquisadores envolvidos. Elzo Ferreira, vale destacar, embora tenha iniciado a pesquisa de forma autodidata, é aluno do curso de Farmácia da UTP.
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