Quase 32% dos estudantes curitibanos entre 13 e 15 anos já experimentaram cigarro alguma vez na vida, segundo revela a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) de 2012, divulgada no último mês de junho pelo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice deixa a capital paranaense em segundo lugar no ranking que avalia o uso de tabaco por jovens dessa faixa etária nas capitais brasileiras, nas grandes regiões e no Distrito Federal. Curitiba só perde para Campo Grande (MS).
O consumo de tabaco em Curitiba não se sobressai, porém, apenas entre os adolescentes. Levantamento de 2011 do sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde, aponta Curitiba como vice-líder entre as capitais com o maior índice de fumantes adultos, com uma taxa de 20,2% de usuários de tabaco. Nesse quesito, Porto Alegre, no RS, está no topo da lista. A mesma pesquisa aponta que, em Curitiba, o hábito de fumar é maior entre os homens (24,4%) do que entre as mulheres (16,5%) adultas.
Para o diretor do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Moacir Pires Ramos, não há como estabelecer motivos para o alto consumo de cigarro entre os moradores de Curitiba, porém algumas hipóteses, como a tradição da cultura do tabaco, as questões climáticas e a necessidade de se identificar com o grupo, entre os adolescentes, podem ajudar a esclarecer a questão.
"O jovem é muito mais suscetível a essa questão de pertencer ao grupo, de confrontar as normas, e por isso que a taxa de consumo deles vem aumentando. Outra hipótese é que em capitais de praia e calor o pessoal vai para a rua, praticar esporte, andar. Aqui, vão para shoppings, se encontram em festas, não tem um apelo climático como outras capitais, o que torna, por exemplo, uma ida ao parque um desafio", acrescenta o diretor.
A PeNSE 2012, realizada com os estudantes do 9º ano do ensino fundamental, mostrou que a experimentação do cigarro foi de 19,6% em todo o país, sendo a maior frequência de experimentação observada na Região Sul (28,6%) e a menor, na Região Nordeste (14,9%).
Além do uso de cigarro, a pesquisa do IBGE também mostra que a capital paranaense tem o maior número de jovens entre 13 e 15 anos que já usaram outros produtos de tabaco, como charuto ou narguilé. Na cidade, 14,4% dos adolescentes entrevistados afirmaram ter feito uso de produtos à base de tabaco nos trinta dias anteriores ao questionamento.
De acordo com Ramos, o uso frequente e comum do narguilé é um dos fatores que mais pode contribuir para que o jovem se torne um fumante na vida adulta. "Não há [no narguilé], como no cigarro, uma mensagem que diz que o produto faz mal à saúde. E daí, para alguns jovens, isso não significa fumar, embora seja sim", explica.
Dia Nacional de Combate ao fumo
Na próxima quinta-feira (29), em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Fumo, profissionais da Prefeitura de Curitiba estarão fazendo ações de conscientização da população sobre os riscos do tabaco na Boca Maldita.
Em Curitiba, o tratamento contra tabagismo é feito nas unidades básicas de saúde, com medicamentos e terapia comportamental. De acordo com a SMS, o aumento no consumo de tabaco reflete no aumento das doenças relacionadas ao tabagismo, entre elas as doenças cardiovasculares, como infarto de miocárdio e Acidente Vascular Cerebral (AVC); doenças do aparelho digestivo, como câncer de esôfago e de estômago; e ainda doenças do aparelho respiratório, como câncer de boca e de pulmão.
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