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Daniel e Fábio: planos de construir relógio de 18 metros | Walter Alves/Gazeta do Povo
Daniel e Fábio: planos de construir relógio de 18 metros| Foto: Walter Alves/Gazeta do Povo

A empresa de Daniel Gunter nasceu de uma necessidade: a prefeitura de Curitiba precisava de alguém para fazer um relógio gigante para a Rua 24 Horas, mas a licitação não atraiu candidatos. Foi aí que Gunter virou uma espécie de Professor Pardal. Juntando a experiência do trabalho que tinha em uma relojoaria com os conhecimentos do curso técnico de Mecânica, ele construiu o relógio que adorna a entrada da rua desde 1992. Foi o primeiro de pelo menos três centenas de peças únicas desenvolvidas para todo o Brasil.

Por causa de Gunter e de seu sócio Fábio Mendes, é difícil que alguém perca hoje a hora na rodoviária, no aeroporto, no shopping, na rua. Os dois são os responsáveis por projetar, fabricar e instalar, por exemplo, o maior relógio do município, que não poderia estar em outro lugar a não ser no Curitiba Trade Center, o edifício mais alto do Paraná, com 147 metros de altura.

A peça ocupa três andares do prédio e teve de ser içada durante a construção do imóvel, em um dia sem vento. "Não podia balançar, caso contrário, bateria nos vidros da fachada e quebraria tudo", conta Gunter. Só o ponteiro maior tem três metros. O relógio completo teve de ser transportado em um caminhão, em partes desmontadas. "Terminamos de montar lá no edifício", conta.

O mecanismo instalado no edifício comercial tem cinco metros de diâmetro – Gunter construiu apenas um maior que esse, de seis metros, que está instalado em um shopping de Blumenau (SC). "Temos um projeto para fazer um relógio gigante, de 18 metros de diâmetro, que poderia ficar no Parque Barigui ou perto dele, mas ainda não conseguimos patrocínio", afirma Fabio. O maior relógio do Brasil tem 13 metros de diâ­­metro e está na cidade de Aparecida do Norte (SP). Já o maior do mundo fica em Meca: com 43 metros de diâmetro, está instalado em uma torre de 400 metros de altura (segundo maior prédio do mundo).

Homenagem

Gunter também encarou o desafio de reproduzir um relógio centenário que havia na Praça Osório. Da peça original restavam apenas as fotos, que lhe serviram de inspiração. "Foi um trabalho de pesquisa e de muita fundição, que durou dois meses. Foi entregue a Curitiba quando ela completou 300 anos", conta.

Outra referência do trabalho destes dois parceiros está na rodoviária de Curitiba: o relógio que fica em cima da caixa d’água, de frente para a Avenida Affonso Camargo, foi produzido e instalado em 2002, quando o relógio que ficava no setor de embarque e desembarque deixou de existir. "Era preciso um relógio de referência para saber se os ônibus estavam atrasados ou no horário. Aí nos contataram para resolvermos este problema", explica Fábio.

O número de peças que Gunter e Mendes já "deram" para a cidade é grande, tanto que eles perderam a conta. Outros conhecidos são os relógios do Colégio Positivo e do Paço da Liberdade (restauro). Só no aeroporto existem 20 de autoria deles. O da Rua 24 horas é o que tem o sistema mais curioso: é o único analógico que não dá duas voltas para completar as 24 horas (faz apenas uma volta completa).

E, apesar do fascínio que estes relógios gigantes exercem em muitas pessoas, Fabio adianta: por trás, eles são sem graça, com um mecanismo universal de engrenagens e que funcionam muito bem apenas com uma fonte de energia elétrica e um no-break.

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