Curitiba adia campanha para ampliar programa de reciclagem

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O lançamento da nova campanha publicitária do programa Lixo Que Não É Lixo – que, praticamente, pode dobrar o porcentual de lixo reciclado em Curitiba – foi adiado pela prefeitura. A data inicialmente prevista para o início da divulgação era 15 de novembro. Agora, a proposta é que o trabalho seja realizado entre dezembro e fevereiro. As informações são do repórter Fernando Martins, da Gazeta do Povo.

O adiamento foi decidido para que a nova estrutura de separação do lixo reciclável dentro dos caminhões do programa e na usina de reciclagem esteja pronta antes do lançamento da propaganda no rádio e na televisão. Também se pretende que, até lá, a população tenha à disposição lixeiras específicas para cada tipo de material, com cores diferenciadas, em diversos espaços públicos.

Atualmente, 22% do lixo é separado na capital – fruto de um hábito do curitibano que começou em 1989, com o lançamento da primeira campanha publicitária do Lixo Que Não É Lixo. No entanto, com o passar do tempo e a falta de uma nova campanha maciça de orientação da população, os índices de reciclagem se estagnaram. Estimativas da prefeitura apontam que, se a população colaborasse e não jogasse tanto material reciclável junto com o lixo comum, seria possível quase dobrar o volume de resíduos reaproveitados, já que, de tudo o que é descartado pelos curitibanos, 38% é material potencialmente reciclável (veja infográfico).

Perfeccionismo

"O adiamento da campanha não foi falha nossa. É perfeccionismo mesmo", afirma o secretário municipal de Meio Ambiente, Domingos Caporrino Neto. Segundo ele, é preciso que a cidade esteja com uma infra-estrutura pronta para que, quando a campanha for lançada, já se possa obter resultados imediatos.

A instalação das novas lixeiras e as adaptações operacionais no programa de coleta seletiva se fazem necessárias porque o foco da nova etapa do Lixo Que Não É Lixo deve ser a separação dentro da separação. Até agora, os curitibanos separam o material reciclável do lixo orgânico. Com a nova campanha, pretende-se incentivar as pessoas a colocarem os diferentes tipos de materiais (papel, plástico, vidro e metal) em recipientes ou sacos de lixo com cores diferenciadas previamente padronizadas – o que facilitará o trabalho de quem trabalha com a reciclagem.

Crítica

O procurador de Justiça Saint-Clair Honorato Santos, coordenador do Centro de Apoio das Promotorias de Proteção do Meio Ambiente do Ministério Público Estadual, critica a demora em haver o lançamento da nova campanha educativa do programa. "Só está faltando a (parte da) prefeitura", diz ele.

Santos afirma que os grandes geradores de lixo (supermercados, shoppings centers e outras instiuições) já estão se preparando para receber os materiais reciclados que os curitibanos forem entregar voluntariamente. "Mas a população precisa saber que pode entregar o lixo nesses locais", diz o procurador.

Seminário

O Ministério Público Estadual (MPE) e a Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Paraná promovem nesta segunda-feira, no câmpus do Prado Velho da PUC, em Curitiba, o 1.º Seminário sobre Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos. O encontro vai promover a troca de experiências entre empresas e instituições curitibanas que já adotaram, com resultados positivos, planos internos de gerenciamento e redução da geração de lixo. O seminário começa às 8h30 e será realizado durante o dia inteiro.