Belo Horizonte
Modal coletivo precisa renascer
Belo Horizonte é uma das capitais onde o transporte público mais perdeu espaço nesta década. O número de veículos nas ruas da capital mineira cresceu 84% em nove anos. O salto foi de 706 mil veículos em 2001 para 1,3 milhão em 2010, segundo a Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans).
O fenômeno é avaliado por analistas de trânsito como resultado de políticas públicas que privilegiaram, ao longo dos anos, o transporte individual em vez do coletivo. Para o presidente da BHTrans, Ramon Victor Cesar, a melhora na mobilidade urbana depende do renascimento dos transportes públicos na matriz de tráfego.
A Copa do Mundo pode acelerar isso. Até 2014, serão investidos R$ 1,23 bilhão nas obras que incluem o sistema de BRT, além da ampliação da Central de Controle de Tráfego da BHTrans e de 345 quilômetros de ciclovias.
Na opinião do professor Nilson Tadeu Nunes, chefe do Departamento de Engenharia de Transportes da Universidade Federal de Minas Gerais, os BRTs são muito úteis, mas correm o risco de iniciar o funcionamento já no limite da capacidade. (AE)
PORTO ALEGRE
Aposta gaúcha está na bicicleta
Entrar em Porto Alegre pode ser uma tarefa difícil. Sair também. A dificuldade de acesso à capital gaúcha se explica pelos gargalos no entorno da metrópole, de acordo com avaliação do professor Luis Antonio Lindau, do Laboratório de Transportes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Na Zona Norte, o problema está na saturação da rodovia BR-116, e na Sul é a ponte do Rio Guaíba, que sofre constantes problemas técnicos para içar o trecho por onde passam navios. "Tem vezes que ela sobe e não desce, parando o trânsito", conta o professor. Além disso, a situação de Porto Alegre tende a se agravar com o crescimento anual da frota, estimado em 5%, o equivalente a 30 mil carros e motos a mais por ano.
A prefeitura de Porto Alegre tem dois projetos ambiciosos para mudar o panorama. O primeiro deles é o de Trânsito Rápido de Ônibus (BRT). De acordo com a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) de Porto Alegre, o BRT associado a outras intervenções urbanas, como túneis e viadutos, vai desafogar o trânsito no Centro da cidade. A prefeitura também aposta no maior projeto de ciclovias do Brasil, para expandir a rede atual de 7,9 quilômetros de ciclovias para 495 quilômetros. (AE)
Pioneira no planejamento da mobilidade urbana, Curitiba luta para continuar como referência na área. A missão não é simples: a população deve diminuir o uso do carro. "O automóvel não é sustentável dentro de uma sociedade moderna", afirma Marcos Isfer, presidente da Urbanização de Curitiba (Urbs), responsável pelo planejamento de transporte e trânsito.
Para se ter uma ideia, a capital paranaense registrava em outubro de 2010, segundo o Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR), 1,1 milhão de veículos para uma população de 1,7 milhão de habitantes. O índice de motorização supera o de São Paulo. "Há uma excessiva motorização individual. Você exclui crianças e idosos e tem quase um carro para cada dois habitantes. Além disso, o sistema de transporte público está sobrecarregado. Muita gente da região metropolitana usa o transporte de Curitiba", diz o professor do programa de Gestão Urbana da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Fábio Duarte.
Para ele, uma das soluções seria a criação de "órgãos gestores de escala metropolitana com poder de decisão", a fim de que estado e municípios adotem medidas conjuntas para o transporte público. "Hoje tenta-se resolver no nível municipal um problema que tem escala metropolitana."
A Urbs planeja implantar até a Copa de 2014 o Sistema Integrado de Mobilidade (SIM), um conjunto de obras, equipamentos e softwares para gerir o trânsito e o transporte coletivo de Curitiba. O SIM, por exemplo, terá o Controle de Tráfego em Área (CTA). Segundo a Urbs, "sensores vão acionar o sinal verde quando o ônibus estiver se aproximando do semáforo. Isso prioriza o transporte público e diminui o tempo de viagem dos ônibus". Também haverá o Circuito Fechado de Televisão (CFTV), com acompanhamento em tempo real do tráfego das principais vias. Assim, em painéis luminosos, os motoristas vão receber as informações de como se encontra o trânsito nas quadras seguintes. Outra opção que deve ser adotada por Curitiba é o uso da bicicleta. O município pretende investir na ampliação da atual rede de ciclovias, que já soma 100 quilômetros.
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