Mesmo com notificação judicial de que 40% dos trabalhadores deveriam voltar aos trabalhos de limpeza pública, Curitiba continuará sem coleta de lixo. A expectativa da prefeitura era de que os trabalhadores voltariam para as ruas a partir das 18 horas desta quarta-feira (18). A informação chegou a ser confirmada pela assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Curitiba e pela Cavo, empresa responsável pela limpeza. No entanto, o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Estado do Paraná (Sitro), que representa os motoristas dos caminhões de lixo, e o Sindicato dos Empregados das Empresas de Asseio e Conservação de Curitiba (Siemaco) decidiram não cumprir a determinação.
No final da tarde desta quarta o Siemaco chegou a anunciar que o mínimo de 40% seria cumprido. No entanto, os motoristas votaram em assembleia no início da noite que não cumpririam a decisão. Da mesma forma, os coletores, que são ligados ao Siemaco, fizeram nova assembleia no período noturno e optaram por não acatar a decisão. A situação só será definida em audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR) nesta quinta-feira.
Determinação
Conforme informou a assessoria de imprensa da prefeitura, os sindicatos que representam os trabalhadores da limpeza pública foram notificados no final da manhã de quarta-feira. Na sequência, segundo a prefeitura, as escalas de trabalho foram repassadas à Cavo, além dos roteiros que deveriam cumprir na coleta seletiva. A informação passada pela empresa para a prefeitura foi de que no final da tarde a coleta começaria respeitando os 40% de efetivo. Os sindicatos, porém, resolveram não atender a decisão, que prevê multa diária de R$ 20 mil em caso de descumprimento.
A prefeitura informou ainda não ter contabilizado o lixo acumulado nas ruas, mas informa que a região central da capital é uma das mais afetadas. Mesmo assim, não haverá, segundo a prefeitura, um atendimento prioritário a qualquer região da cidade.
A Cavo informou, via assessoria de imprensa, que vai entrar com um interdito proibitório até a manhã desta quinta-feira (19) no TRT-PR contra os sindicatos para impedir que os grevistas barrem a saída de veículos da empresa.
A greve começou na terça-feira (17), por causa do impasse no reajuste salarial. Os trabalhadores pedem 20% nos vencimentos e 30% a mais nos vales alimentação e refeição, enquanto a empresa oferece 9% sobre os salários e 10% para os benefícios. Os sindicatos não aceitaram uma proposta do Ministério Público do Trabalho do Paraná (MPT-PR) de 9,7% de aumento salarial - 7,7% da inflação e 2% de ganho real - e 16,4% de reajuste nos benefícios.