Repercussão
Iniciativa é apoiada por especialistas e entidades de classe
Apesar de a ideia ainda ser embrionária, a instalação de calçadões regionais de Curitiba já tem seus fãs. Carlos Hardt, diretor do curso de arquitetura e urbanismo da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), afirma que esse tipo de intervenção funciona como importante alternativa à convivência na periferia.
"O calçadão é interessante porque é um espaço novo de convivência. E um dos problemas da periferia é a falta de alternativa para as pessoas se encontrarem", afirma Hardt.
O professor da PUCPR, porém, faz ressalvas. "Não pode simplesmente pegar a primeira rua, fechar para comércio e transformar em calçadão, pois o seu melhor uso depende da localização e da qualidade do projeto. O calçadão não resolve todos os problemas de falta de convivência, mas ajuda a consolidar a ideia da descentralização da cidade".
Darci Piana, presidente da Fecomércio-PR, também apóia a ideia da prefeitura. "Quando o desenvolvimento chega à ponta, em bairros mais afastados, o comércio pode investir em melhorias, como nas fachadas e balcão, criando um clima favorável". (RM)
Primeira via pública do país a ser fechada para carros, o calçadão da Rua XV de Novembro, inaugurado em 1975, finalmente servirá de inspiração para projetos em outros bairros de Curitiba. A prefeitura estuda a instalação de oito novos calçadões na cidade, um em cada uma das regionais que não contam com a via exclusiva para pedestres.
De acordo com Sérgio Pires, presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), os calçadões deverão ser instalados nos bairros mais populosos de cada regional. "Pensamos em bairros como o Sítio Cercado, Boqueirão, Bacacheri, Tatuquara e Santa Felicidade", afirmou Pires.
Os calçadões vão ao encontro do Plano Municipal de Desenvolvimento Sustentável, que deve ser lançado em 2015, ano que marca os 50 anos do Ippuc. "Queremos juntar questões de mobilidade urbana com planos para que as pessoas trabalhem e tenham momentos de recreação sem grandes deslocamentos, estimulando uma vida melhor em comunidade", diz.
Apesar de adiantar a ideia, Pires preferiu não citar quais ruas poderiam ser fechadas para serem transformadas em calçadões. De acordo com o Ippuc, isso seria prematuro, tendo em vista que os estudos sequer começaram.
Aprovado
Antes mesmo de saber quais ruas poderão ser transformadas, moradores aprovaram a iniciativa. "Seria bom para concentrar nossos comércios, mas tem de ser completo, igual ao da [Rua] XV", diz a publicitária Isabel Venâncio da Silva, 58 anos, que mora há 45 na Rua Willian Booth, no Boqueirão. O bairro, segundo os moradores, carece de espaços para convivência.
De acordo com a vendedora Arenilda Muniz, 44 anos, cinco deles no Boqueirão, a única rua propícia ao lazer no bairro é a Maestro Carlos Frank, que concentra os principais restaurantes e barzinhos da região. "Lá as pessoas costumam ir às quintas-feiras, mas é só isso", afirma.
Já no Sítio Cercado, bairro que pode ser o primeiro da periferia a ter o seu calçadão, o segurança Adriano Aparecido Faustino, 25, aposta na rua de lazer como alternativa às pizzarias.
"Aqui não tem espaço público de lazer. Se quisermos nos reunir, temos de ir para a pizzaria", afirma, antes de fazer uma ressalva. "Mas se forem colocar barzinhos com mesinhas tem de mandar segurança junto, porque, mesmo sem isso, já fazem algazarra".
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