Curitiba e as cidades da Região Metropolitana terão greve parcial de ônibus a partir da zero hora desta terça-feira (1.º). As atividades serão paralisadas nas empresas que não pagaram a primeira parcela do 13.º salário no prazo, que venceu nesta segunda-feira (30). São quatro empresas que operam em Curitiba e três da Região Metropolitana. A informação foi divulgada pelo sindicato que representa os motoristas e cobradores (Sindimoc) às 20h55 e confirmada por Urbs e Setransp (sindicato patronal) por volta de 22h. Todos estavam reunidos em um encontro na sede do Ministério Público do Trabalho.
Entenda a divisão dos consórcios por lotes em Curitiba (lote 3 será afetado)
Confira uma lista das prováveis linhas afetadas pela greve de ônibus em Curitiba
Baseado em levantamento recente de outubro, a Gazeta do Povo traz uma relação de linhas que podem ser afetadas pela greve parcial de motoristas e cobradores desta terça-feira (1º). Vale lembrar que isso não significa que não haverá ônibus circulando nestes trajetos, já que mais de uma empresa pode operar a mesma linha.
Leia a matéria completaEm Curitiba, o pagamento deixou ser feito pelo Consórcio Pioneiro, formado pelas empresas Cidade Sorriso, Tamandaré Filial e São José dos Pinhais Filial - as três não fizeram o acerto. A empresa CDD pagou, mas também pararia por fazer parte do mesmo consórcio. A previsão do sindicato é de que a frota funcione com 50% do efetivo nessas quatro empresas.Os outros dois consórcios que operam na capital realizaram o pagamento da primeira parcela do 13.º nesta segunda-feira.
Entre as linhas que podem ser afetadas na capital estão a Santa Cândida/Capão Raso, Pinhais/Rui Barbosa, Boqueirão, Circular Sul, Pinheirinho Carlos Gomes e o ligeirão Boqueirão. Outros consórcios que não irão parar operam essas linhas, por isso elas não devem deixar de circular por completo, mas podem ocorrer atrasos.
Análise: pano de fundo da greve é o impasse sobre o custo do sistema
Empresas recebem da prefeitura R$ 3,21 por passageiro e querem R$ 3,40. Mas atrasos no pagamento de motoristas e cobradores e a eleição são ingredientes que acentuam a crise no transporte coletivo.
Leia a matéria completaA diretoria de transportes da Urbs vai trabalhar para garantir veículos em todas as linhas afetadas. No caso dos expressos, ligeirinhos e interbairros, a frota deve ser garantida por empresa que não estão em greve, e que já atuam normalmente nestas linhas.
Além disso, a Urbs deve remanejar carros para as linhas convencionais e alimentadores operados exclusivamente pelas quatro empresas afetadas. Além disso, o município conta que 50% da frota deve estar na rua.
Na Região Metropolitana, as empresas que não quitaram o salário extra foram Campo Largo, Tamandaré Matriz e Araucária.
O sindicato dos trabalhadores informou que a greve parcial será encerrada aos poucos – os funcionários de cada uma das empresas voltarão ao trabalho quando o salário cair na conta.
Se for necessário, a Urbs vai cadastrar carros particulares nesta terça-feira e eles poderão cobrar uma tarifa fixa – ainda não informada.
Adiantamento
A Urbanização de Curitiba (Urbs) fez um adiantamento às empresas de ônibus de Curitiba nesta segunda-feira (30) para que elas conseguissem pagar o 13.º dos motoristas e cobradores de Curitiba. A medida era uma tentativa de evitar a greve no transporte coletivo da capital e região.
De acordo com a Prefeitura de Curitiba, foi feito um adiantamento do repasse que seria feito às empresas em um prazo de 48 horas. Foram dois depósitos na segunda-feira, um de R$ 2,5 milhões e outro de R$ 1,6 milhão. Outros R$ 900 mil devem ser depositados até o meio dia desta terça-feira (1.º).
O Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) informou, por volta das 19h50, que fez o pagamento de 85% do 13.º com recursos próprios das viações e que o rapasse da Urbs foi feito após o expediente bancários, “o que impossibilitou o pagamento a todos os trabalhadores nesta segunda-feira (30)”, diz a nota da entidade que representa as empresas de ônibus.
Próximos passos
Nova reunião deve dar continuidade às negociações entre empresas, trabalhadores e poder público na manhã desta terça-feira (1.º). Uma das preocupações é com o pagamento do salário de novembro, previsto para a próxima sexta-feira (4).
Além disso, a negociação do acordo coletivo, inicialmente marcada para fevereiro, deve ser adiantada. A proposta conta com o apoio das três partes, segundo o presidente da Urbs, Roberto Gregorio da Silva Junior.
Já as cerca de duas mil demissões anunciadas na última quarta-feira (25) foram descartadas “quase 100%” pelo presidente do Setransp, Maurício Gulin. “Nunca foi intenção do Setransp fazer esta demissão em massa, por isso que nós chamamos o Ministério Público do Trabalho para intervir”.
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