Das cinco delegacias de Curitiba que ainda recebem presos em suas carceragens, três delas tiveram algum registro de fuga no começo deste ano. Na região metropolitana da capital (RMC), o único caso aconteceu em São José dos Pinhais. Ao todo, são 24 fugitivos pouco mais da metade dos 45 detentos que escaparam de cinco delegacias da região no mesmo período do ano passado.
A maior fuga aconteceu no 7.º Distrito Policial (DP), no bairro Hauer, em 27 de janeiro. Onze presos escaparam por um buraco feito na parede da cela. No dia 15 do mesmo mês, nove detentos fugiram da delegacia de São José dos Pinhais, pulando muros da vizinhança. Duas mulheres conseguiram sair do 9.º DP, na Vila Isabel, em 24 de fevereiro.
Já no 11.º DP, na Cidade Industrial, dois homens ganharam a liberdade enganando policiais nos dias 28 de janeiro e 7 de março. O superintendente Luiz Fernando Barbosa conta que os fugitivos deram nomes falsos quando chegaram os alvarás de soltura de outros presos. "Não tem como gravar a fisionomia de todos", justifica. Ele diz que a falha foi corrigida com a instalação de um sistema informatizado que tem as fotos de todos os detentos. Hoje, a delegacia tem 135 presos em um espaço para 40 pessoas.
Em nota, a Secretaria Estadual da Segurança Pública afirma que o governo tem investido na reforma de presídios, na instalação de celas modulares e na construção de 15 novas penitenciárias em todo o Paraná cinco delas já concluídas para desafogar as delegacias policiais. Em Curitiba, oito dos 13 distritos já estão sem presos. Até o fechamento desta edição, a Gazeta do Povo não obteve retorno sobre a situação no 6.º Distrito Policial, no Cajuru, e nas delegacias de Fazenda Rio Grande e Campo Largo.
"Desafogando as delegacias, teremos uma mão-de-obra maior de investigadores para agir nas ruas e não ficar mais cuidando de presos", afirma o superintendente Rubens Alves de Chaves, do 12.º DP, de Santa Felicidade. Lá, 92 homens dividem um espaço feito para 45 presos.
