Proteção
Município incentiva preservação
Para quem tem área verde em sua propriedade, há incentivos para mantê-la protegida. Além dos incentivos fiscais, como redução de imposto, existe também a possibilidade de transformá-la em uma Reserva Particular do Patrimônio Natural Municipal (RPPNM). Para que isso aconteça, o interessado deve ter um terreno com mais de 70% de maciços arbóreos nativos.
A RPPNM permite que o potencial construtivo do lugar seja transferido para outra propriedade ou vendido para uma construtora e, dessa maneira, preservar mais uma área verde.
Curitiba conseguiu melhorar ainda mais seu bom índice de áreas verdes por habitante. A nova medição, feita em 2010, aponta que o índice chegou a 64,5 m² de área verde por habitante, 13 m² a mais que no levantamento anterior, de 2000. Entretanto, isso não significa que houve um grande aumento de árvores na cidade. A principal mudança foi a tecnologia usada no levantamento mais recente.
VÍDEO: veja como é feito o mapeamento nas áreas arborizadas
Segundo Luis Alberto Lopez Miguez, engenheiro cartógrafo da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) e coordenador do projeto, os estudos anteriores eram feitos no visual. "Agora usamos processamento digital de imagem via satélite. Com essas imagens de alta resolução, temos como mapear melhor a vegetação."
Mas não é todo o tipo de verde que conta. Só os maciços arbóreos (quando árvores juntas fecham uma cobertura com suas folhas) com mais de 100 m² foram contabilizados. Ou seja, grama e plantas em parques não ajudaram a aumentar o índice de área verde.
"As cidades são muito dinâmicas e é preciso pensar e atualizar as informações sobre cobertura vegetal. Com essa qualidade espacial das imagens, conseguimos ter uma aproximação da realidade efetiva", avalia a professora do departamento de Ciências Florestas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Ana Paula Dalla Corte.
Os mais ecológicos
Curitiba tem 113 milhões de m² de árvores, a maioria concentrada na zona sul. O bairro Campo do Santana é o mais verde, com 14,5 milhões de m², seguido de Umbará, Caximba, Cidade Industrial, Tatuquara e Ganchinho. A zona norte também possui uma boa concentração de verde.
Na área central a quantidade de árvores é menor. "Antes não se tinha incentivos fiscais e a grande ocupação ajudou a diminuir o verde. O que se tem é a arborização viária, ao longo das ruas", conta Miguez. Apesar da grande quantidade de parques, cerca de 90% das áreas são privadas.
O levantamento não serve apenas para dizer que Curitiba está mais ecológica. Ele é essencial para monitorar o espaço urbano, fiscalizar as áreas e permitir o licenciamento ambiental. Ter uma grande área verde ajuda na qualidade de vida. "A rua se torna mais agradável tanto para quem mora quanto para quem passa. O ambiente urbano é muito pesado e com as árvores é possível ter uma interação com a natureza, mesmo sem sair da cidade", diz Ana Paula.
Vida e Cidadania | 2:37
Novas tecnologias permitiram obter resultados mais precisos na medição das áreas arborizadas da capital. O número subiu de 51,5m² por habitante, no ano 2000, para 64,5m² na última medição, feita em 2010. Veja como o índice é calculado.
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