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contrato vencido

Curitiba está sem serviço de guincho desde setembro

Pátio da Setran, no Boqueirão, está lotado | Antônio More/Gazeta do Povo
Pátio da Setran, no Boqueirão, está lotado (Foto: Antônio More/Gazeta do Povo)

Desde setembro de 2015, cerca de 400 veículos estacionados irregularmente ou abandonados em vias públicas de Curitiba deixam de ser guinchados e recolhidos ao pátio da Secretaria Municipal de Trânsito (Setran) todo mês. Segundo a pasta, a situação ocorre porque o contrato da empresa contratada pela Urbanização de Curitiba (Urbs), em 2009, venceu em 2014 e deixou definitivamente de ser executado no segundo semestre de 2015. Por isso, todos os carros que estão pelas ruas da cidade em situação de estacionamento irregular ou de abandono não estão sendo removidos.

O problema tem gerado muitas reclamações por parte da população mas, segundo a pasta, têm data para acabar. “No dia 29 de fevereiro deve sair a licitação para a realização de um leilão que deve esvaziar o pátio locado pela prefeitura, onde estão os cerca de 1.200 veículos recolhidos pela Setran, muitos deles, em gestões anteriores. Com este trabalho, acreditamos que em 40 dias teremos espaço para voltar a armazenar os veículos removidos das vias públicas. Logo após o leilão, faremos a licitação para a contratação do serviço de guinchos e em 60 dias devemos ter o serviço regularizado em Curitiba”, esclarece a secretária de Trânsito, Luiza Simonelli.

Atualmente, de acordo com a Setran, quem mantém um carro, uma moto ou outro veículo nestas condições está sujeito à multa, mesmo que ele não seja guinchado, como determinam as regras do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) ou as leis municipais. Por isso, a orientação da prefeitura é que os cidadãos continuem informando estes problemas por meio do telefone 156, para que as medidas administrativas sejam aplicadas aos proprietários dos veículos.

Moradores apontam os riscos

O operador Fernando Luís Scheidt, 25 anos, é um dos moradores do Boqueirão que se preocupa com um automóvel e um baú de caminhão que há meses estão abandonados na Rua 25 de Agosto. “Faz tempo que este carro está aqui, tem quase um ano. O caminhão, ao lado, está na rua há mais tempo e isso traz riscos para nós. À noite, a rua se torna ainda mais perigosa, já que bandidos podem aproveitar pra se esconder atrás dos veículos”, conta.

E ainda tem o perigo do mosquito Aedes aegypti, transmissor de dengue, zika e chikungunya, que pode encontrar abrigo na lataria. “Tenho medo por mim e por minha família, incluindo minha sobrinha Nathaly, de apenas quatro anos”, disse. Para a dona de casa Mara Regina dos Santos, de 53 anos, que mora ao lado do local onde estão os veículos, a situação não é nada agradável. “Juntam ratos, insetos e sujeira no carro e no caminhão. O pessoal vê o carro abandonado e aproveita para jogar lixo no local e aí surge uma montanha de entulhos na rua. Como se não bastasse, ainda tem o mosquito da dengue que pode fazer um criadouro no carro, que está depenado e não tem nem vidros”. Receio que também é compartilhado pela aposentada Edi Bonfim, de 68 anos. “A gente fica com medo, seria bom se retirassem esse carro daí, para evitar a água parada e a infestação do mosquito aqui no bairro”, relata.

Ação emergencial contra mosquito

Para o alívio dos moradores desta rua do Boqueirão, e de tantos outros como eles, veículos em situação semelhante, que possam servir de criadouro para o Aedes aegypti, devem ser recolhidos pela Setran em breve, em uma ação emergencial, realizada em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde.

“Este é um fato novo. Temos atualmente aproximadamente 200 veículos abandonados em via pública, com aspecto de carcaça. Por não serem vedados, eles podem acumular água e virar abrigo para o mosquito. Por isso, solicitamos a abertura de um processo licitatório emergencial, para a contratação de um guincho que deve remover das ruas os potenciais focos do mosquito da dengue”, diz Luiza Simonelli.

Dando exemplo

No pátio da Setran, segundo informou o diretor de fiscalização, Éder Rodrigues, equipes monitoram e realizam a retirada de água dos veículos do pátio a cada três dias, para evitar a proliferação do mosquito. “São pelo menos quatros pessoas que atuam furando as sucatas, passando o rodo nos vidros e capôs, e eliminando os pontos com água parada.

Estamos fazendo nossa parte, mas contamos com a ajuda da população, para diminuir o número de carros abandonados nas ruas, principalmente aqueles que estão desprotegidos e que podem servir de criadouro para o mosquito”, diz Rodrigues.

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