O Paraná ganhou um novo centro especializado no tratamento de queimados. O Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba, está mantendo o serviço com uma equipe de 50 profissionais, entre médicos especialistas em cirurgia plástica, nutrição, infectologia, terapia intensiva e emergência, além de enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas e assistentes sociais. O centro está funcionando há um mês e já atendeu 12 pessoas.
Com dez leitos seis para adultos e quatro para crianças o serviço, mesmo atendendo só por convênios e a particulares, pretende desafogar a demanda do Hospital Evangélico, também em Curitiba até então o único centro especializado do estado no atendimento a queimados.
De acordo com o chefe do setor de queimados do Evangélico, José Luiz Takaki, o Paraná precisaria de, pelo menos, mais três centros. Segundo ele, por ano, o Evangélico chega a atender de 3,5 mil a 4 mil pacientes. Deste total, 13% precisa ficar internado. Considerando que o hospital conta com 30 leitos 15 para adultos e 15 para crianças e que o tempo médio de internamento não ultrapassasse um mês, faltariam, no mínimo, sete leitos para atender a demanda. "Além de Curitiba, temos pacientes vindo do interior, região metropolitana e de Santa Catarina", explica o médico.
Segundo um dos cirurgiões que fazem parte da equipe do Nossa Senhora da Graças, Alfredo Benjamin Duarte da Silva, fora a ajuda para reduzir a demanda do Evangélico, a intenção também é oferecer tratamento às pessoas que não conseguiam receber atendimento especializado. De acordo com ele, o risco de morte de pacientes vítimas de queimaduras é muito maior sem o tratamento específico. "O perigo de infecção é grande. O cuidado com a nutrição do paciente é fundamental. Por isso, o trabalho de uma equipe multidisciplinar é essencial para a recuperação", diz. Mesmo onde o tratamento é especializado, o índice de morte dos pacientes chega a 3%. No Paraná, no ano passado, foram registradas quatro mortes decorrentes de queimaduras pela Secretaria de Estado da Saúde.
O diretor comercial do Nossa Senhora das Graças, Carlos Mota, diz que existe a possibilidade de se abrir novos leitos, conforme o aumento na demanda. Nenhum, entretanto, será conveniado ao SUS. O hospital estuda a viabilidade de oferecer tratamentos gratuitos, dependendo do número de atendimentos particulares, a exemplo do que acontece no Sírio Libanês, em São Paulo.
Demanda
4 milpacientes são atendidos pelo Hospital Evangélico por ano.
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